Uma nova arma contra o HIV, o vírus causador da Aids, pode vir do fundo do mar. Pesquisadores do National Cancer Institute, dos Estados Unidos, identificaram em corais localizados na costa norte australiana um grupo de proteínas que mostrou uma impressionante potência contra o micro-organismo. Os cientistas já planejam utilizá-las inclusive em géis e lubrificantes íntimos usados por mulheres para ajudar na prevenção da infecção pelo HIV.

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PODER
As moléculas retiradas dos corais tiveram efeito
mesmo em pequenas concentrações

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As proteínas foram descobertas quando os cientistas faziam uma ampla avaliação do potencial dos produtos extraídos do mar e armazenados nas instalações do instituto americano. “É sempre empolgante quando descobrimos um novo tipo de proteína que ninguém havia visto antes”, disse à ISTOÉ o coordenador do trabalho, pesquisador Barry O’Keefe.

Em testes realizados em laboratório, constatou-se que as substâncias – três, da classe das cnidarinas – conseguem impedir que o HIV invada suas células-alvo, as células T (uma das que compõem o sistema de defesa do organismo), mesmo em concentrações extremamente pequenas. “Elas se ligam ao vírus, evitando que ele penetre a membrana das células T”, explicou Koreen Ramessar, participante do estudo. “Isso é completamente diferente do que havíamos visto até agora com outras proteínas. Elas têm um mecanismo único de ação.”

O objetivo dos cientistas agora é conseguir produzir as substâncias em larga escala. Eles sabem que não podem continuar a extraí-las dos corais, por uma questão de preservação ambiental. “Não queremos produzir nenhum dano aos corais”, assegurou o cientista O’Keefe.

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