No ano do centenário da imigração japonesa, a 32ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que se inicia na sexta-feira 17, tem seu cartaz assinado pela artista Tomie Ohtake e exibe uma importante mostra do cineasta Kihachi Okamoto cujos filmes de gângster e de samurais influenciaram Quentin Tarantino. Outra retrospectiva reúne trabalhos iniciais do diretor sueco Ingmar Bergman. Quem estiver mais interessado na produção contemporânea não terá do que reclamar: nos 13 dias de programação serão exibidos cerca de 270 títulos, entre eles os mais novos de Woody Allen (Vicky Cristina Barcelona), dos irmãos Coen (Queime depois de ler, foto), de Jia Zhang-ke (24 city) e dos irmãos Dardenne (O silêncio de Lorna), lançados nos festivais de Cannes e Veneza. (Classificação indicativa a conferir)

CINEMA 2
Amigo de Mandela

A trajetória do líder político sul-africano Nelson Mandela (Dennis Haybert) e os mais de 20 anos que ele passou numa prisão são por demais conhecidos. O que não se sabia em detalhes é que nesse período ele contou com a colaboração de um soldado encarregado de censurar a sua correspondência. É desse relacionamento que trata Mandela – luta pela liberdade (10 anos), de Bille August, em cartaz nacional.

DVD
Noel e o samba

A vida do compositor e cantor brasileiro Noel Rosa (1910-1937), que morreu aos 26 anos de tuberculose, é retratada no filme Noel – poeta da vila, de Ricardo Van Steen. A produção premiada resgata a história do samba no Rio de Janeiro e reconstitui a efervescência cultural dos botequins de Vila Isabel e da Lapa. Revela ainda um delicado perfil de Noel (Rafael Raposo), com sua família, seus amores, a saúde frágil e a paixão pelo samba e pela boemia. Camila Pitanga interpreta Ceci, musa inspiradora do poeta (para quem compôs A dama xdo cabaré). (14 anos)

LIVROS
O Freud da literatura

Contemporâneo e amigo de Sigmund Freud, o escritor austríaco Arthur Schnitzler (1862-1931) também era médico e considerado pelo psicanalista o seu "gêmeo psíquico". No livro Crônica de uma vida de mulher (Record, 400 págs., R$ 52), publicado em 1928 e inédito no Brasil, ele conta a história de Therese e expõe as mazelas da burguesia vienense na vira da do século, fazendo referência ao anti-semitismo austríaco, de que tanto Freud quanto Schnitzler foram vítimas na vida real.