Representantes de diversas Comissões da Verdade suspeitaram de imediato que a morte do coronel da reserva Paulo Malhães, durante um assalto à sua casa na Baixada Fluminense, estivesse ligada ao fato de ele ter assumido recentemente que brutalizou e assassinou oponentes da ditadura militar. Na semana passada ficou claro, porém, que o carrasco dos porões morreu num roubo feito por bandidos rastaqueras. Rogério Pires, caseiro do sítio em que ele morava com sua mulher, Cristina Batista Malhães, está preso e admitiu que participou do assalto com seus dois irmãos. Cristina voltará a ser ouvida pela polícia. O único elo entre o depoimento de Malhães à Comissão da Verdade e sua morte é o fato de que, no mesmo depoimento em que confessou ter torturado e matado, gabou-se em dizer que tinha uma coleção de boas armas em casa. Eram justamente as armas o que os assaltantes queriam. Segundo a polícia, ele morreu de infarto durante o assalto.