O canal infantil Cartoon Network fechou o primeiro trimestre de 2014 como o quarto mais visto da televisão brasileira, entre os telespectadores das tevês aberta e fechada, de acordo com pesquisa do Ibope. O Cartoon só perdeu em audiência para Rede Globo, Record e SBT, deixando para trás emissoras tradicionais como a Bandeirantes, a Cultura e a Rede TV. Propriedade da Turner Broadcasting System, Inc., do milionário americano Ted Turner, o canal de desenhos já era líder de audiência entre crianças de 4 a 11 anos. Agora, cresceu entre os adultos, aumentando seus “ratings” em 28% entre pessoas com mais de 18 anos.

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Considerado apenas o universo das tevês por assinatura, o Cartoon está na liderança entre todos os canais exibidos no Brasil, incluindo os adultos e de esportes. Esses resultados foram aferidos durante as 24 horas de programação e inclui toda a base nacional de assinantes: 18,4 milhões (de cada 100 domicílios, 28 têm o serviço), segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A diretora de conteúdo do Cartoon Network no Brasil, Daniela Vieira, diz que a colocação no Ibope é resultado do trabalho de cinco anos no mapeamento do gosto infantil. “A gente dedicou tempo e recursos para entender as necessidades dessa audiência”, diz Daniela, salientando que a liderança e a ampliação da faixa etária do público não foram conquistadas apenas pela programação em si, mas por um conjunto de ações que inclui até atividades esportivas ao ar livre. “Somente na última corrida Cartoon, em São Paulo, tivemos 12 mil pessoas”, diz. A presença em múltiplas plataformas também influenciou. No primeiro trimestre de 2014, o website do canal registrou 41,3 milhões de visualizações.

O desempenho de conteúdos nacionais exibidos pelo Cartoon também pesa nessa ascensão, como a “Turma da Mônica” e o “Sítio do Picapau Amarelo”, entre os dez programas mais vistos no País em março. Segundo a diretora de conteúdo, a redução da programação infantil por parte das emissoras abertas não contribuiu tanto para levar o Cartoon à liderança. “A Rede Globo diminuiu a oferta infantil, mas investiu em um canal a cabo voltado para esse público (o Gloob). Foi apenas um deslocamento”, diz Daniela. No caso do SBT, isso nem aconteceu. Pelo contrário: a emissora vem reforçando o bloco infantil no período da manhã. Onde estaria a mudança? Para o professor e pesquisador de cultura da ESPM do Rio de Janeiro, Pedro Curi, a tevê não é chamada de babá eletrônica à toa. “Desde a década de 1960 é assim: os pais deixam os filhos diante do aparelho e vão fazer suas coisas.

A diferença hoje é que muito do público de tevê trocou o aparelho pelo computador. Menos as crianças, que continuam assistindo à televisão no televisor”, afirma.  

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