Após 50 anos de políticas afirmativas contra o racismo e tendo o exemplo mais visível de seu sucesso na chegada de Barack Obama à Casa Branca, os EUA já começam a substituir o sistema de cotas para negros nas universidades por outros mecanismos de inclusão social – e tal substituição só confirma o quanto as cotas foram imprescindíveis e deram certo. A Suprema Corte acolheu a constitucionalidade do referendo do Estado de Michigan que as extinguiu em suas universidades. Outros 7 Estados estão na mesma situação e no Texas a medida é apoiada também pelos negros, porque a maioria deles já considera anacrônica a própria discussão. No Brasil as cotas estão dando certo, mas é como se ainda engatinhassem se comparadas às dos EUA. Assim, os referendos e as decisões da Suprema Corte não podem servir no País de munição aos abolicionistas de cotas que as condenam sem conhecer o processo histórico da trajetória do negro. Resta saber se o Brasil também alcançará o mesmo sucesso daqui a 50 anos.