Há exatos 21 anos e seis meses, na extinta Casa de Detenção de São Paulo, 111 presos do Pavilhão 9 munidos de paus e estiletes foram assassinados por soldados da Tropa de Choque armados de fuzis e metralhadoras durante uma rebelião – os tiros se concentraram na cabeça dos presidiários e muitos foram alvejados nas costas. Na semana passada foi concluído o quarto e último julgamento dos PMs envolvidos. Ao todo foram condenados 73 policiais, e somando-se as suas penas chega-se a 20.876 anos de prisão. Todos continuarão em liberdade para recorrer de suas sentenças. O coronel Ubiratan Guimarães foi o comandante direto da chacina, mas sozinho jamais determinaria a invasão sem aval superior (à época tinha até patente menor, a de capitão). Saber quem disparou a ordem da matança é até hoje história nebulosa. O mandante do massacre do Carandiru, esse não sentou no banco dos réus.