O Chile é um país sísmico e seus abalos costumam fazer tremer o prestígio político de presidente que não age rápido em situação de emergência. Tanto é assim que os 500 mortos e as 250 mil casas desabadas no terremoto de 2010 ainda estão na memória dos chilenos. Não sem motivo a lembrança voltou na semana passada, quando ameaças de tsunamis com ondas de dois metros de altura e tremores de terra deixaram até a noite da quinta-feira 3, na costa norte do país, seis pessoas mortas. Para uma mulher, em especial, a tragédia de 2010 ficou impregnada como trauma político: a presidenta Michelle Bachelet. Naquela ocasião ela foi acusada de omissão pela demora em providenciar socorro. Agora, recém-empossada na Presidência do Chile, Michelle Bachelet viajou imediatamente à região atingida e criou um comitê de emergência. Cotejada com 2010, a natureza foi dessa vez bem menos madrasta com os chilenos. E Bachelet se mexeu.