03/04/2014 - 11:03
A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, que o resultado do julgamento do Massacre do Carandiru representa uma vitória contra a impunidade. Por meio de sua conta no Twitter, a presidente destacou que o julgamento de parte dos policiais que entraram no presídio atirando a título de conter uma rebelião de presos garantiu aos réus o amplo direito de defesa e transcorreu em conformidade com as regras do Estado de Direito. Por envolver grande número de réus e vítimas, o julgamento foi desmembrado em quatro blocos, cada um deles relativo a um dos quatro andares do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, palco da ação policial que, no dia 2 de outubro de 1992, resultou na morte de 111 presos.
Nesta terça-feira, durante o julgamento do quarto e último bloco, 15 policiais militares integrantes do Comando de Operações Especiais (COE) foram condenados a 48 anos de prisão cada um, pela morte de quatro presos do quarto pavimento do pavilhão. Os mesmos policiais foram absolvidos pela tentativa de homicídio de dois detentos e pela morte de outros quatro, provocada por armas brancas.
Ao todo, 73 policiais foram condenados. Na primeira etapa do julgamento, em abril de 2013, 23 policiais foram condenados a 156 anos de reclusão cada um pela morte de 13 detentos. Na segunda etapa, em agosto, 25 policiais foram condenados a 624 anos de reclusão cada um pela morte de 52 detentos. Em 19 de março, mais dez policiais militares foram considerados culpados pela morte de oito presos: nove dos policiais foram condenados a 96 anos de prisão, enquanto o outro foi condenado a 104 anos por já ter uma condenação anterior.
Conhecida como Carandiru, a Casa de Detenção de São Paulo funcionava na zona norte da capital. Foi inaugurada em 1920 e chegou a abrigar mais de 8 mil presos durante o período de maior lotação – sendo apontado como o maior presídio da América Latina. A unidade foi desativada e parcialmente demolida em 2002.