Para melhorar as contas fiscais, o governo atrasou neste início de ano os pagamentos às empresas que constroem as habitações destinadas às famílias de renda mais baixa inscritas no programa Minha Casa, Minha Vida. 

No mesmo mês em que recebe a agência de classificação de risco Standard & Poor?s, que colocou a nota do País em xeque pela desconfiança em relação à política fiscal, a equipe econômica recorre ao artifício que usou para fechar as contas de 2013: segurar os repasses feitos aos bancos oficiais do dinheiro destinado a pagar as construtoras pelo andamento das obras. 

O jornal O Estado de S. Paulo ouviu dezenas de construtoras que atendem famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil (faixa 1). Sob a condição de anonimato, com medo de represálias do governo, os empresários foram unânimes em confirmar os atrasos, que chegam, em alguns casos, a um mês.