chama-moci.jpg 

O Carnaval de São Paulo é definitivamente da Mocidade Alegre. A escola confirmou a hegemonia dos últimos anos, conquistou o tricampeonato consecutivo do Grupo Especial e se firmou como soberana na capital paulista, ao somar 269,7 pontos e faturar o título depois da leitura das apurações ocorrida nesta terça-feira. Com um desfile impecável, a agremiação sacudiu o Sambódromo do Anhembi na madrugada do último domingo com o enredo “Andar com fé eu vou… que a fé não costuma falhar!” e faturou o troféu pela 10ª vez em sua história.

A Mocidade volta ao Anhembi na próxima sexta-feira para o desfile das campeãs a partir das 22h. A escola entrará ao lado das demais quatro primeiras colocadas da elite do Carnaval paulistano – Rosas de Ouro, Águia de Ouro, Acadêmicos do Tucuruvi e Dragões da Real-, além também dos dois líderes do Grupo de Acesso.

Um dos grandes momentos da apresentação da Mocidade do último domingo foi uma longa parada realizada pela bateria da escola, que emocionou o público do sambódromo. Os integrantes da escola se ajoelharam na avenida e enriqueceram a passagem da agremiação pelo Anhembi; Outro importante detalhe da performance foi a comissão de frente – os bailarinos desfilaram de olhos vendados, para mostrar que "a fé é cega".

Na apuração desta terça-feira, a Mocidade se manteve entre as primeiras desde o início, mas chegou a ser ultrapassada por Rosas de Ouro e Acadêmicos do Tatuapé. Contudo, após a avaliação do quesito evolução, a escola disparou na liderança com três décimos de vantagem, o que praticamente assegurou o título antes mesmo das notas de harmonia e alegoria serem divulgadas. Assim, a agremiação teve bastante tempo para celebrar o tri.

Mocidade chegou a cair para terceiro em apuração, mas disparou no fim

O primeiro quesito avaliou as fantasias das agremiações. A Mocidade Alegre, favorita devido aos dois títulos de 2013 e 2012, mostrou que brigaria forte pelo tricampeonato e foi a única escola a receber quatro notas 10 nesse item. Mesmo assim, terminou empatada com 40 pontos com a Gaviões da Fiel, que teve um 9,8 descartado. Já no quesito enredo todas as participantes, com exceção de Tom Maior e da Nenê, que se mantinha na lanterna, receberam os 30 pontos possíveis e praticamente não mudaram a classificação.

Bateria foi o terceiro item de avaliação. Equipes tradicionais nesse aspecto, como Vai-Vai, Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel e Rosas de Ouro, não conseguiram a pontuação máxima e perderam décimos importantes. Melhor para a atual tricampeã, que teve notas mais altas que os concorrentes e assumiu a ponta isolada. Apenas Tatuapé conseguiu 10 em tudo e subiu para segundo.

Os integrantes da Gaviões ficaram inconformados com a nota dada pelo primeiro juiz para a bateria e fizeram com que Regina, a única mulher da mesa, que faz parte da comissão da escola, tentasse conter os ânimos pedindo calma. Por outro lado, a presidente da Mocidade, Solange Bichara, orava apoiada nos ombros de um colega. No quesito mestre-sala e porta-bandeira, por sua vez, somente a agremiação da torcida corintiana e a Pérola Negra não tiraram a pontuação máxima.

A avaliação da comissão de frente que mudou totalmente a classificação. A surpreendente Acadêmicos do Tatuapé assumiu a primeira colocação com 149,8, enquanto a atual tricampeã perdeu pontos importantes após tirar dois 9,9 e um 9,8 e foi para o terceiro posto. Contudo, samba-enredo tratou novamente de jogar emoção à apuração. Rosas de Ouro brilhou, se aproveitou de notas menores da escola da Zona Leste e assumiu a ponta.

Em evolução, as escolas começaram a perder muitos pontos. A Gaviões, por exemplo, levou até um 9,4 e praticamente deu adeus ao título, despencando para a décima colocação. Somente X-9, Águia de Ouro e Mocidade Alegre levaram 10 em tudo, o que trouxe novamente a então bicampeã para a liderança isolada, abrindo três décimos e ficando próxima do tri. A diferença foi mantida após a leitura de alegoria e harmonia, dando o sonhado tri à Mocidade. Leandro de Itaquera e Pérola Negra foram rebaixadas.