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Os confrontos entre manifestantes armados e a polícia em Kiev, capital da Ucrânia, provocaram pelo menos 25 mortos entre ontem (19) e hoje (20), apesar do cessar-fogo anunciado quarta-feira. O número de mortos na cidade  é um desafio e não há exatidão. As estimativas são baseadas na contagem de corpos espalhados nos locais de confronto entre forças policiais e manifestantes, em especial no centro da cidade. Ontem, haviam sido contabilizados 26 mortos.

Nesta quinta-feira, manifestantes com o rosto coberto lançaram coquetéis molotovs e pedras contra a polícia antimotim na Praça da Independência, o epicentro dos três meses de manifestações contra o governo ucraniano.  A polícia usou balas de borracha para tentar repelir os ataques, afirmando que um atirador do lado da oposição havia ferido 20 policiais disparando munições reais a partir da janela de um prédio com vista para a praça. A sede do Governo ucraniano na praça também foi evacuada na manhã de hoje.

Depois de várias semanas de calma, a capital ucraniana, Kiev, voltou, nessa terça-feira, a ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças de segurança, que têm sido condenados pela comunidade internacional. O Brasil se manifestou sobre a questão, assim como os Estados Unidos, a Rússia, o papa Francisco e o Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos. Para hoje estava prevista a chegada de uma comitiva de diplomatas europeus a Kiev, que foi cancelada por razões de segurança.

A crise política na Ucrânia começou no final de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente Viktor Yanukóvich, de suspender os preparativos para assinar um acordo de associação com a União Europeia e reforçar os laços com a Rússia. Depois de algumas semanas de trégua nos confrontos, os enfrentamentos voltaram a ocorrer, especialmente na capital do país.

Dois abandonam Sochi como protesto contra o governo

 
Uma esquiadora ucraniana e seu pai, que é treinador da jovem, anunciaram nesta quinta-feira que estão deixando os Jogos de Sochi como protesto contra o uso da força pelo governo de seu país, que provocou dezenas de mortes nas manifestações da oposição. 
Bogdana Matsotska e Oleg Matsotski declararam estar "indignados" com a recusa do presidente Viktor Yanukovytch em dialogar com os manifestantes. "Como demonstração de protesto contra o comportamento digno de bandidos com os manifestantes, não vamos mais participar nos Jogos Olímpicos de Sochi", escreveu Matsotski em sua página no Facebook, em uma declaração que também foi assinada por sua filha.

Matsotska, 27ª no supergigante e 43ª no slalon gigante, estava inscrita na prova do slalon de sexta-feira.

O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI), Mark Adams, confirmou a saída da atleta. Ele disse que o presidente do Comitê Olímpico Ucraniano, a lenda do salto com vara Serguei Bubka, compreende a decisão de qualquer atleta do país que opte por abandonar os Jogos.

Mas para Bubka, segundo Adams, o melhor que os atletas ucranianos podem fazer é continuar competindo em Sochi.