Sem o folk de Pete Seeger, que na semana passada morreu nos EUA aos 94 anos, não existiriam, por exemplo, roqueiros geniais como Bob Dylan e Bruce Springsteen – e não é raro ver-se fotos de Dylan muito jovem se fazendo acompanhar de um veterano Seeger ao banjo ou violão. Ele foi um revolucionário da música, tocando e cantando, mas nunca se preocupou em gravar muitos discos. Deixa, no entanto, uma herança mais revolucionária ainda: a da sua militância a favor dos direitos civis – claro que foi vítima da paranoica “caça às bruxas” do senador Joseph McCarthy, para quem até a sua própria sombra era comunista. Dizer que Seeger foi um roqueiro politizado é pouco. Digamos que o ativismo era sua grande balada, e o rock foi um feliz acidente de percurso.