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APARÊNCIA
Aplicações de ácido hialurônico diminuíram bastante a celulite de Fabrícia

 

O verão esquenta a procura de tratamentos de beleza para combater a gordura localizada, a flacidez e a celulite, os grandes inimigos dos contornos corporais. Para atender a clientela – ávida por soluções rápidas e eficazes –, há uma nova geração de técnicas e de aparelhos que combinam recursos como ultrassom, radiofrequência, laser, massagem a vácuo, drenagem e raios infravermelhos. “Conseguimos bons resultados usando cada uma dessas tecnologias em separado ou em conjunto”, diz a dermatologista Shirlei Borelli, de São Paulo. A razão para essa abordagem mais complexa é que problemas como a celulite e a gordura localizada surgem pela associação de vários fatores, que vão da alteração na composição da gordura a mudanças do tecido conjuntivo, responsável pelo estabelecimento e pela manutenção da forma do corpo.

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A tendência, portanto, é somar forças unindo aparelhos ou criando máquinas do tipo dois ou três em um. O recém-chegado Smoothshapes, indicado para tratar gordura localizada e celulite, é um exemplo desses novos equipamentos. Ele possui laser de diodo, ondas de luz e roletes para fazer uma massagem a vácuo. “É o primeiro aparelho que traz um laser com potência ajustada para atingir as células de gordura e com intensidade suficiente para liquefazê-las”, diz a dermatologista Denise Steiner, de São Paulo. O outro componente, as ondas de luz, tem a missão de aquecer os fibroblastos, células que dão origem ao colágeno, o principal elemento de sustentação da pele. O aquecimento acelera o ritmo de trabalho dessas células, gerando mais colágeno. Desse modo, diminui-se a flacidez. Por fim, os roletes a vácuo fazem uma espécie de drenagem, empurrando o líquido residual para ser eliminado pelo organismo. A secretária paulistana Karine Sampaio gostou dos resultados. “Em dois meses, perdi medidas e a aparência da pele melhorou bastante”, afirma.

Outro representante da nova safra de máquinas é o TriPollar. “O equipamento tem três tipos de radiofrequência que agem seletivamente, apenas onde é necessário”, explica a dermatologista Mô­nica Linhares, do Rio de Janeiro. O aparelho é indicado também contra gordura localizada e flacidez. “Obtive o efeito esperado. E as aplicações ainda ajudaram na recuperação de uma lipoaspiração que fiz no abdome”, diz o arquiteto carioca Thoni Litsz. Ele se submeteu a cinco sessões para remover os chamados “pneuzinhos”, aquele incômodo acúmulo de gordura nas laterais da região abdominal. A dermatologista Mônica Aribe Fiszbaum, de São Paulo, aprova o desempenho do novo recurso.“Uma de suas vantagens é o fato de que ele esquenta menos a superfície da pele”, diz. “Por isso, as aplicações são mais rápidas e indolores.”

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INVESTIMENTO
A carioca Adriana Duvivier faz um pacote com todos os lançamentos

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Equipamentos já utilizados com sucesso passaram por reformulações para ter seu desempenho aprimorado. Em sua versão mais recente, por exemplo, o Velashape Plus oferece, de forma sincronizada, ondas de radiofrequência, raios infravermelhos (para estimular a síntese do colágeno e melhorar a elasticidade da pele) e sucção, para incentivar a circulação sanguínea e diminuir o acúmulo de líquidos. “Fazer sessões semanais com esse aparelho foi uma das minhas opções para recuperar a forma após o parto do meu terceiro filho. Usei também o UltraShape (aparelho de ultrassom) e o Smoothshapes”, diz a dermatologista Adriana Vilarinho, de São Paulo. Cinco meses depois de ter um bebê, ela exibe uma silhueta esguia, livre de marcas de gordura localizada, flacidez e celulite.

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ASSOCIAÇÃO
A médica Adriana Vilarinho usou três aparelhos para reduzir medidas após o parto

 

O conhecido Accent, para combater a flacidez, também teve seus poderes potencializados. A princípio, o aparelho continha apenas ondas de radiofrequência, indicadas contra flacidez. Agora, rebatizado de Ultra Accent ou XL, o novo modelo traz ultrassom, direcionado para eliminar a gordura localizada. Em Salvador, o dermatologista Paulo Barbosa aposta no uso combinado do equipamento com o Velashape para redesenhar a silhueta em dois meses. “Na experiência que eu tenho, esses dois aparelhos, juntos, geram resultados fantásticos”, garante.

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POTÊNCIA
Mônica aplica radiofrequência. A onda diminui flacidez e melhora a textura da pele

 

A diretriz que preconiza a associação de esforços chegou inclusive à cirurgia plástica. Dentro de alguns meses, por exemplo, estará disponível no Brasil o Body Tite. O equipamento faz a lipoaspiração e, ao mesmo tempo, trata a flacidez da área. “Agindo nesse momento, durante o procedimento, as chances de que a flacidez venha a surgir são bem reduzidas”, diz o cirurgião plástico Mauricio de Maio, de São Paulo. Na clínica de outro especialista, o cirurgião plástico Maurício Albuquerque, de São Paulo, a novidade é combater a celulite com um método em três etapas. Na primeira fase, ele combina o laser NdYag com a subcisão – introdução de uma cânula para romper os tecidos fibrosos que dificultam a circulação nas áreas com muita celulite. “O calor do laser cauteriza os tecidos, impedindo maior sangramento, e estimula a produção do colágeno”, explica o médico. Vinte dias depois, a paciente é submetida a uma sessão de laser de CO2 fracionado, para acelerar ainda mais a produção de novas fibras.

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Contra a celulite, especificamente, há uma novidade que não tem a ver com a combinação de métodos, mas com o uso de uma substância que até agora era consagrada no tratamento de outro problema estético: as rugas. Para preencher os furinhos na pele causados pela celulite, os médicos estão começando a usar o ácido hialurônico, febre no preenchimento das linhas finas, sulcos e marcas de expressão faciais. “Agora estamos usando moléculas maiores para eliminar as depressões formadas entre os nódulos de gordura existentes nas pernas”, diz a dermatologista Daniela Nunes, do Rio de Janeiro. A pedagoga Fabricia Calazans, que fez o procedimento há dois meses, aprovou os resultados. “Tinha tentado outros tratamentos, mas com este a melhora foi grande.”

No campo das soluções inéditas, está em estudo nos Estados Unidos um método para eliminar a gordura localizada chamado criolipólise. Ele foi criado pelos cientistas Rox Anderson, que introduziu o laser nos tratamentos de beleza, e por Dieter Manstein, do Wellman Center for Photomedicine, um centro de pesquisa ligado à Escola de Medicina da Universidade de Harvard.

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O resfriamento, promovido por um aparelho, congela as células de gordura sem prejudicar os tecidos ao redor. O processo danifica esses reservatórios, que depois são eliminados pelo organismo nos meses seguintes. “Os resultados do primeiro estudo feito com voluntários foram impressionantes”, diz a dermatologista brasileira Fernanda Sakamoto, que participa do projeto no laboratório de Anderson. “Houve perda de volume somente na área tratada.” Hoje, o resfriamento é usado na redução de edemas.

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TECNOLOGIA
Para diminuir a gordura localizada e a celulite,
Karine recorreu a laser de diodo e massagem a vácuo


 

A oferta de tantas opções possibilita tratamentos mais individualizados. “O que se deve fazer é escolher a melhor terapia de acordo com as respostas de cada paciente”, diz a dermatologista Áurea Lopes, de São Paulo. Por tudo isso, a carioca Adriana Duvivier, 37 anos, comprou um pacote de métodos – que inclui laser e drenagem linfática – adequados ao seu caso. “A combinação permite que eu me mantenha em forma”, diz Adriana, que vai toda semana ao dermatologista. Só um aviso: quem quiser se submeter a qualquer um desses tratamentos precisa preparar o bolso. Cada sessão não sai por menos de R$ 350.
Colaborou Greice Rodrigues

 

Leia a seguir entrevista completa com a dermatologista Fernanda Sakamoto.

Beleza a frio

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Fernanda Sakamoto, dermatologista, afirma que os métodos de congelamento de tecidos são uma tendência mundial

A dermatologista brasileira Fernanda Sakamoto, 33 anos, divide o tempo entre São Paulo e Boston, nos Estados Unidos, onde passa a maior parte do ano. Lá ela trabalha no Wellman Center for Photomedicine, ligado ao Massachusetts General Hospital e à Universidade de Harvard. A médica participa de testes com um novo método para eliminar a gordura localizada, a criolipólise. Nesta entrevista, concedida de Boston, ela explica a nova técnica.  

Como surgiu a idéia de usar o frio para combater a gordura localizada?

Sempre atento ao que pode se transformar em uma nova tecnologia, há alguns anos o dr. Rox Anderson, professor de dermatologia e diretor do Wellman Center, acalentava a idéia de experimentar o resfriamento para tratar a gordura localizada. Ele havia lido muitas descrições de casos de bebês que sobreviveram à exposição ao frio intenso, como o inverno do norte dos Estados Unidos. O que chamou a atenção do dr. Anderson é que muitas dessas crianças se recuperaram sem danos secundários, a não ser a perda da gordura local. A partir daí ele começou a estudar as possibilidades desse recurso.

De que forma a criolipólise elimina as células gordurosas?

Dependendo da maneira e tempo de aplicação, é possível congelar os adipócitos (células de gordura) de maneira seletiva, sem danificar os tecidos ao redor. Foi desenvolvido aqui no Wellman Center for Photomedicine um aparelho específico para fazer essas aplicações e promover o resfriamento. Nós também fizemos os primeiros estudos em animais e seres humanos. Depois o aparelho passou a ser comercializado pela empresa Zeltiq, com aprovação do Food and Drugs Administration (FDA), a agência reguladora americana, para terapias de redução de edemas (inchaços) e dor. 
  
Qual é a tecnologia usada para causar o frio que congela os tecidos?

Um resfriamento termoelétrico associado à pressão. 

O que acontece com as células de gordura congeladas?


Elas ficam danificadas e são eliminadas naturalmente pelo organismo. Não é um processo rápido e pode levar meses, mas funciona. 

Vocês já estão aplicando esse tratamento?

Sim, em estudos clínicos. Recentemente foi concluído um grande trabalho, feito em vários centros. Os resultados serão apresentados brevemente em congressos. Acreditamos que a aprovação desse aparelho contra a gordura localizada esteja próxima. Mas o que acontece nos Estados Unidos e em outros países é que os médicos já estão usando o aparelho antes mesmo da conclusão de todos os testes.

Os testes serão feitos também no Brasil?

Provavelmente em alguns meses teremos a aprovação da Agência Brasileira de Vigilância Sanitária para realizar estudos clínicos. 

É uma tendência mundial optar pelos métodos de congelamento de tecidos?

Sim, é um método fácil, relativamente barato e funciona. Os resultados do primeiro estudo clínico são reais e impressionantes. Voluntários adultos com gordura nos flancos (barriguinha) foram tratados somente de um lado. Eles não foram submetidos a dieta, exercícios ou qualquer outro fator que possa ter interferido na redução de gordura localizada. Somente a área tratada apresentou perda de volume.

Pode citar outro avanço criado por esse laboratório?

Claro. O dr. Anderson é responsável pela introdução dos lasers para tratamentos médicos, incluindo as terapias de beleza, o que representou uma verdadeira revolução. Na década de 80, ele descobriu os princípios da fototermólise seletiva – cada laser tem um comprimento específico de onda que pode ser absorvido especificamente pelos pigmentos presentes nos tecidos. Por exemplo, há comprimentos de onda que têm efeito nos vasos sanguíneos, que são vermelhos. Estes são usados para o tratamento de malformações em crianças, como os hemangiomas. Tratamentos hoje comuns como a litotripsia para cálculo renal, glaucoma e psoríase, entre outros, também foram desenvolvidos ao longo dos anos no Wellman Center. Mais recentemente, o dr. Anderson criou uma terapia para rugas que se tornou muito conhecida como laser “resurfacing fracionado”. 
 
E qual é o próximo passo?

Estamos fazendo testes clínicos com um laser que tem comprimento de onda específico para liquefazer as células de gordura. Será o tão esperado laser para gordura, celulite e acne. Outro grande foco de nossa atenção é o tratamento de cicatrizes de queimaduras graves. 
 


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