000_Nic6287276.jpg

Começou nesta manhã (22) a Conferência de Paz sobre a Síria, na Suíça. O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu que o regime sírio e a oposição no exílio aproveitem o que considera uma “grande oportunidade” para que alcancem a paz.

“Depois de quase três anos de conflito doloroso e sofrimento na Síria, hoje é um dia de esperança”, disse Ban Ki-moon no seu discurso, diante de representantes de países, de organizações internacionais e de delegações do regime do atual presidente da Síria, Bashar Al Assad.
 
O secretário-geral agradeceu os participantes da conferência e, em especial, à Rússia e aos Estados Unidos, pela contribuição ao tema. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse que as negociações não serão fáceis e ou rápidas, mas que existe uma oportunidade real para a paz. Lavrov pediu que governo e oposição sírios trabalhem em conjunto para aliviar a situação humanitária, fortalecer a confiança entre as partes e permitir que as negociações tenham continuidade.
 
Nesta quarta-feira, O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse duvidar do sucesso das negociações de paz sobre a Síria. A presença do governo iraniano no encontro foi descartada anteontem (20), com a retirada do convite para participação no evento, depois de o país ter se recusado a apoiar o estabelecimento de um governo de transição.

"Todos os sinais mostram que não podemos ter muita esperança que a conferência Genebra 2 vá encontrar uma solução para os problemas do povo sírio e para a luta contra o terrorismo", disse Rouhani. O presidente irá participar do Fórum Econômico  Mundial, que começa hoje, em Davos, também na Suíça.

 
A participação do Irã ainda era um entrave ao comparecimento de membros da oposição na Síria, que contestam o apoio do governo iraniano ao regime de Bashar Al Assad. Até as vésperas da conferência, a oposição ainda não havia confirmado presença – o que foi feito depois da retirada do convite ao Irã.
 
Participantes de cerca de 40 países e organizações responderam ao convite de Ban Ki-moon para participarem da conferência, que tem o objetivo de encontrar uma solução política e pacífica para a guerra civil pela qual passa o país há quase três anos e que deixou mais de 130 mil mortos e milhões de refugiados e deslocados.
 
O Brasil está sendo representado no encontro pelo secretário-geral do Itamaraty, o embaixador Eduardo dos Santos. O chanceler Luiz Eduardo Figueiredo iria participar da conferência, mas está acompanhando a presidenta Dilma Rousseff no Fórum de Davos.
 
De acordo com o Itamaraty, o Brasil está “convicto de que não há solução militar para o conflito sírio” e “está pronto para colaborar para o êxito do evento e das negociações”. A conferência, disse o ministério em nota, é uma oportunidade “valiosa” para que seja iniciado um diálogo “necessário e construtivo”.