Em seu sétimo longa-metragem, o cineasta Zelito Viana realiza um sonho que o persegue há 20 anos. Villa-Lobos – uma vida de paixão (Brasil, 2000), cartaz nacional na sexta-feira 21, que traz Antonio Fagundes, Marcos Palmeira e o garoto André Ricardo vivendo o compositor em três fases de sua vida, é uma espécie de sinfonia diversificada em vários gêneros musicais. Já que, garoto, Villa-Lobos ouvia música erudita com os pais, Noêmia (Marieta Severo) e Raul (Othon Bastos), adolescente participava das rodas de chorinho na zona boêmia carioca e na juventude curtia ritmos folclóricos brasileiros, viajando pelo Brasil com o matuto Donizetti (José Wilker), até se transformar no compositor consagrado. É um retrato do homem voluntarioso, que teve duas mulheres, a amargurada Lucília (Ana Beatriz Nogueira) e a entusiasmada Mindinha (Letícia Spiller), quase 30 anos mais nova, a quem passou a dedicar todas as suas composições. Viana conta tudo isso em flash-backs, inseridos a partir de cenas mostrando os últimos dias do compositor, num filme cujo principal mérito é a trilha sonora gravada no sistema de digital surround 5.1, inédito no cinema brasileiro.