Consta que o primeiro escritor a praticar uma poesia que escapava do suporte tradicional da página de papel foi Stéphane Mallarmé, que em 1897 lançou seus dados no revolucionário poema “Un coup de dés jamais n’abolira le hasard”. O gesto radical do poeta é citado pela artista visual Lenora de Barros em entrevista a Katia Maciel e Renato Rezende no recém-lançado “Poesia e Videoarte”. Lenora está entre os sete artistas entrevistados, que trabalham na confluência dos campos da escrita, do vídeo, do cinema e da performance.

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“Acho que o jogo nos retira do nosso lugar e nos permite imaginar novas situações, brincar, ser lúdico, ser inventor. Como na ficção, na poesia. Poesia é brincar, fazer o verbo delirar, e é esse delírio do jogo que me interessa”, diz em entrevista a artista Marilá Dardot sobre o trabalho “Entre nós”, que é um jogo de dados poético, eco evidente dos dados de Mallarmé. São entrevistados também Sara Ramo, Fernando Gerheim, Brígida Baltar, André Parente e Alberto Saraiva. 


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