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Destino de brasileiros endinheirados que querem passar as férias longe das praias, as estações de esqui internacionais nunca foram vistas no País como locais perigosos, sendo frequentados só por caçadores de emoções. Essa percepção, porém, começou a mudar depois que o lendário piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, sete vezes campeão mundial, sofreu um acidente esquiando nos Alpes franceses no fim do ano passado. Dias depois, outra alemã, a chanceler Angela Merkel, machucou a pélvis praticando o esporte na Suíça. Enquanto a chefe de governo apenas cancelou compromissos e já foi fotografada de muletas, a lesão do ás do automobilismo é mais crítica: ele está em coma induzido depois de bater a cabeça ao esquiar num pequeno trecho rochoso entre duas pistas demarcadas. Através da análise da imagem de uma filmadora acoplada no capacete de Schumacher, a equipe responsável pela investigação divulgou na quarta-feira 8 que ele não saiu da pista para ajudar outro esquiador, como chegou a ser divulgado. Também foi constatado que o piloto não estava em alta velocidade.

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CHOQUE
O heptacampeão mundial de F 1 Michael Schumacher:
lesão na cabeça e coma induzido

 Nesta temporada, uma série de casos na Europa assustou turistas. Na Áustria, foram ao menos 11 mortes em duas semanas. Lá, a principal causa foram as avalanches. Segundo o Instituto para Pesquisa de Neve e Avalanche (SLF, na sigla em alemão), a situação é crítica e afeta principalmente quem esquia fora das pistas, uma modalidade mais perigosa que vem ganhando popularidade. Para Laurent Reynaud, delegado geral de Domaines Skiables de France – uma associação de áreas de esqui –, fora das pistas o esporte oferece maior liberdade, mas é mais arriscado. “Pode haver rochas e outras coisas escondidas. Nas pistas esses perigos foram retirados”, afirma. O esquiador brasileiro Jhonatan Longhi considera que o aumento no número de praticantes pode estar por trás das tragédias. “Eles não conhecem os riscos e por isso temos mais mortes”, diz. “Esquiar fora de pista é recomendado somente para esquiadores experientes, que devem estar acompanhados por um guia que conheça o local”, afirma o presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Stefano Arnhold.

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SUSTO
A chanceler Angela Merkel machucou a pélvis ao esquiar na Suíça

Apesar dos casos recentes, dados mostram que esquiar ainda é seguro para a maioria dos praticantes. Na França, principal destino para a atividade no mundo, a associação médica Médicins de Montagne registrou 2,44 acidentes por mil dias esquiados na temporada 2011-2012, uma pequena baixa em relação à anterior. Nos Estados Unidos, 54 pessoas morreram no período, ou 5,5 fatalidades por milhão de esquiadores. No Brasil, a chance de morrer assassinado é quase 50 vezes maior. Mesmo assim, especialistas recomendam cautela. Usar equipamentos de proteção é uma das principais precauções. “Se Schumacher não estivesse com capacete, o acidente poderia ter sido fatal”, diz Arnhold. Para ele, o esqui não é perigoso para quem tem cuidado. “Assim como o mar, a montanha exige respeito. Ninguém se aventuraria em alto-mar num local desconhecido.”

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Fotos: Jean Pierre Clatot/AFP PHOTO; Stuart Franklin/Staff; Sean Gallup/Getty Images


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