Quando o menino Jake Witzky (Zachary David Cope) começa a conversar com o nada, logo nas primeiras cenas de Ecos do Além (Stir of echoes, Estados Unidos, 1999), em cartaz nacional, o espectador pode achar que se trata de uma continuação de O sexto sentido. O que em parte é verdade. Só que dessa vez a ação se concentra no pai do garoto,Tom (Kevin Bacon), um guitarrista frustrado que sobrevive como operário da rede elétrica. Ao ser literalmente hipnotizado pela cunhada Lisa (Illeana Douglas), Tom sente que algo se abriu em sua mente e passa a ser assediado por uma criatura do Além, na verdade uma vizinha, que lhe pede vingança. Pouco a pouco, o atônito paranormal de primeira viagem vai se dando conta de um complô sinistro promovido por alguns moradores do bairro periférico onde vive, envolvendo estupro, morte e ocultação de cadáver.

Mesmo contando com todos esses ingredientes, o diretor David Koepp, roteirista de megassucessos como os dois episódios de Parque dos dinossauros, de Steven Spielberg, e Missão impossível, de Brian De Palma, não conseguiu decidir se fazia um filme de terror ou um policial de suspense. Ficou no meio do caminho, deixando no ar a impressão de que quarto de criança nos Estados Unidos é pior do que cruzamento de trânsito no Brasil. Só tem gente pedindo.