Cirurgias a laser que corrigem problemas de visão, promovem a retirada de pêlos ou deixam a pele mais bonita já viraram rotina nos consultórios. Agora, começa a ganhar fôlego mais uma utilização da luz. Trata-se do laserlipolisis, uma técnica criada há três anos na Itália, sucesso na Argentina e que começa a ser conhecida no Brasil. O objetivo do método é combater a gordura, principalmente a localizada. Comparada à lipoaspiração, sua vantagem seria a de permitir maior precisão na localização das regiões a serem tratadas, além de diminuir a perda de sangue a uma quantidade irrisória. “Com o laser, o médico sabe exatamente o que está fazendo. A lipoaspiração convencional é feita praticamente às cegas”, afirma o cirurgião plástico Guilhermo Blugermann, da Argentina, um dos primeiros a aplicar a técnica.

Os dois métodos, no entanto, são bem diferentes. Enquanto na lipoaspiração há uma sucção da gordura por meio de uma cânula específica, no laserlipolisis o combate à gordura é feito de outra maneira. Através de um pequeno furo na pele, é inserida uma agulha de fibra óptica, que conduzirá o laser até a célula de gordura. O laser é acionado e rompe as células, liberando a gordura. Os médicos chamam esse estágio de “efeito pipoca”, porque o som das pequenas explosões é semelhante. Se a quantidade de gordura for superior a 500 gramas, é feita uma drenagem (uma sonda de baixa pressão aspira a gordura que foi liberada). Se for menor, a substância será absorvida pelo organismo e liberada depois de passar pelo rim e pelo fígado. O que os médicos defensores da técnica argumentam é que o método apresenta bem menos sangramento do que a lipoaspiração. Por isso, poderia ser retirada uma quantidade maior de gordura. Na lipoaspiração, junto com a gordura, aspira-se também uma boa quantidade de sangue. Por isso, o limite máximo a ser aspirado é de 5% do peso do paciente (a recomendação é da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).

Na laserlipolisis, não há limite. Segundo os médicos, a técnica pode ser usada para a retirada de grandes quantidades de gordura e também para locais onde ela não é abundante, como os braços. Por enquanto, porém, a técnica ainda não é empregada no Brasil (só para se ter uma idéia, o preço do aparelho a laser fica em torno de US$ 20 mil e US$ 30 mil). Na Europa e na Argentina, no entanto, o método parece atrair cada vez mais gente. Em geral, os interessados têm medo de se submeter à lipoaspiração tradicional.