No palco que imita uma ribanceira de estrada, os destroços de um carro vermelho causam incômodo só por estarem ali como cenário. Dentro da carcaça do carro, o ator Aury Porto se ajeita numa posição desagradável. Ensanguentado, passa uma hora retorcido vivendo um homem acidentado no inusitado monólogo assinado pelo escritor Fernando Bonassi, de Apocalipse 1,11. Enquanto espera socorro, o personagem sem nome lembra passagens de sua vida e fala com a mulher morta. O texto tem sua força e deve funcionar no papel. Mas no palco não cativa nem à custa de uma interpretação corajosa. (I.C.)
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