29/03/2000 - 10:00
O espólio do poder
Bastaram os primeiros sinais de enfraquecimento do presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), para seus adversários darem o bote. Pior. Já que ele anda fraco na Globo, foi justamente na Comissão de Comunicações da Câmara, aquela que trata de concessões de tevê etc., que o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, tratou de mostrar que o partido já não reza na cartilha do velho cacique baiano. ACM havia indicado para presidente da comissão o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), um carlista de carteirinha. Mas Bornhausen logo se articulou com o líder Inocêncio Oliveira. Resultado: deram posse ao deputado paranaense Santos Filho. O tititi no Congresso é que Bornhausen e Inocêncio não agiram sozinhos. Tiveram o apoio do Palácio e, é claro, da Globo.
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A foto ao lado foi mandada para ISTOÉ por um deputado baiano. Foi tirada no Carnaval de Salvador, em 1998. O rosto de Nicéa Pitta está um pouco escondido pela folia. O prefeito de São Paulo, como se vê, sorria feliz da vida. E o senador Antônio Carlos Magalhães, também sorrindo, não imaginava que um dia renegaria o casal de amigos.
A frente pelas costas
A frente pelas costas
Líder do PSB na Câmara e ex-secretário de Garotinho, o deputado Alexandre Cardoso (RJ) anda irritadíssimo com o governador do Rio: “Eu só não falo em rompimento para não tumultuar o ambiente. Mas ele está perdendo a confiança dos partidos aliados ao governo do Estado. Eticamente é inaceitável que o governador tenha gravado a conversa com um de seus auxiliares. No relacionamento com o PT, por exemplo, está na cara que ele só tem agido para desgastar o partido.”
“O motor da Erundina é como o do Lula: muito arranque, mas esbarra no teto”
Do deputado José Genoíno (PT-SP) sobre alguns candidatos da esquerda
Ninho de intrigas
Ninho de intrigas A deputada Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB-SP) não esconde de ninguém que quer disputar as eleições para prefeita de São Paulo, roubando a vaga tucana de Geraldo Alckimin. Fanática pelo governador Mário Covas, Zulaiê diz que a candidatura de Alckimin foi forjada em outro ninho do tucanato: “O José Serra lançou o Alckimin para não ter o vice-governador como candidato à sucessão de Covas.”
Rápidas
* andidato a presidente do Senado pelo PMDB, Jader Barbalho já cabala votos no chamado baixo clero do PFL, que anda insatisfeito com o caciquismo no partido.
* Senador eleito pelo PMDB, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, não é mineiro, mas trabalha em silêncio. Também quer disputar a vaga de presidente do Senado.
Quem parte e reparte…
Os deputados e senadores que acompanham a discussão do Orçamento estranharam a partilha feita pelo deputado José Lourenço (PFL-BA), relator das obras hídricas incluídas nas previsões de gastos deste ano. Dos quase R$ 800 milhões extras que conseguiu, o deputado acomodou R$ 700 milhões nas obras de quatro empreiteiras: OAS, Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Gautama.
