18/12/2013 - 14:57
Contrariando as especulações em torno das propostas americana e francesa, a presidenta Dilma Rousseff escolheu o caça sueco Gripen NG, da Saab, como opção final do programa FX-2. A opção pelo jato sueco era a última entre os três finalistas, uma vez que o avião está em desenvolvimento e ainda não foi provado em combate. O Rafale, da francesa Dassault, preferido do ex-presidente Lula, acabou rejeitado por Dilma por conta do alto preço de contrato e custo de manutenção. Já o F-18, da Boeing, preferido da FAB, tornou-se uma opção política inviável depois do escândalo de espionagem da agência NSA americana.
O anúncio põe fim a um processo que começou em 1998, ainda no governo Fernando Henrique, e foi sucessivamente adiado. Passou por reformulação durante a gestão de Lula, seguindo as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, e acabou nas mãos de Dilma. O contrato da Saab prevê transferência de tecnologia e nacionalização progressiva. Inicialmente serão adquiridos 12 caças, num total de 36, ao custo de aproximadamente US$ 4 bilhões.
Avaliação técnica
A opção pelo Gripen NG considerou uma detalhada avaliação técnica da Copac, a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate da FAB. Um dos aspectos que mais pontuaram na concorrência foi a promessa de que a aeronave seja totalmente fabricada no Brasil. O baixo custo e a praticidade também pesaram na escolha. O computador de bordo do Gripen é muito mais simples que o dos demais, o que facilita a integração de diferentes tipos de armas. O míssil ar-ar A-darter, produzido pela Mectron, é um desses equipamentos.
A África do Sul, inclusive, já opera o A-darter no Gripen JAS-39 e tem obtido sucesso nos testes. Na balança do poder geopolítico, o caça sueco se diferencia pela baixa dependência tecnológica das grandes potências. O único ponto negativo é justamente o fato de o Gripen NG ser um protótipo, o que deve adiar a pretensão brasileira de operar um caça de quarta geração no curto prazo. No dia 31 deste mês, os Mirage-2000 serão aposentados definitivamente. Enquanto isso, a defesa do espaço aéreo brasileiro será feita pelos F-5 modernizados. Uma solução paliativa, mas a única possível após tantos adiamentos.