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Ronald Biggs, 84, morreu nesta quarta-feira, mais de 50 anos após fazer parte da equipe de ladrões envolvidos no chamado assalto ao trem pagador. Ao relembrar o caso, o jornal britânico The Guardian elencou 10 curiosidades sobre a operação, conhecida como o roubo do século XX.

1) A conexão com Bernie Ecclestone

De acordo com o The Guardian, muitos rumores davam conta de que o chefão da Fórmula 1 estava envolvido na trama, o que levou Ecclestone a um dia emitr uma bem-humorada negativa: "Não havia dinheiro suficiente naquele trem". No entanto, há uma conexão do assalto com a velocidade. Roy James, um dos assaltantes, tinha sido um piloto de corrida e, da prisão, escreveu ao ex-campeão Graham Hill pedindo ajuda para quando saísse. Hill respondeu que James estava perdendo tempo se achava que poderia voltar a competir. Mas ele acabou fazendo isso mesmo e conquistando alguns troféus nas pistas antes de se aposentar. 

2) As sentenças de 30 anos

Ao emitir sua sentença em 1964, o juiz Edmundo Davies disse que estava condenado os assaltantes a 30 anos de prisão porque "lidar com o caso de forma leninete seria uma coisa maléfica". No entanto, no ano anterior, o mesmo juiz havia reduzido de 15 para 10 anos de prisão a pena de Charles Connelly, um homem envolvido em um assalto que culminou da morte de uma pessoa. A alegação de Davies é que a pena "era excessiva". 

3) Admiração de intelectuais

Após Ronald Biggs e Charlie Wilson escaparem da prisão, o autor Graham Greene – de livros como o "Expresso do Oriente (1932) e O Poder e a Glória (1940) – escreveu para o jornal Daily Telegraph dizendo: "Faça parte de uma minoria que admira as habilidades e a coragem por trás do Assalto ao Trem Pagador? Mais importante, faço parte de uma minora que está espantada com a ferocidade da sentença?"

4) A conexão nazista

Os assaltantes negociaram um vantajoso acordo financeiro para cooperarem com o autor Piers Paul Read em seu livro "The Train Robbers" (1978). Para justificar o pedido de um grande adiantamento, eles inventaram a história de que Otto Skozerny, um homem que tinha organizado a rede de fuga para ex-nazistas Odessa após a Segunda Guerra, tinha financiado o roubo. Read só descobriu a fraude quando viajou para o Brasil para entrevistar Biggs. Na verdade, Bruce Reynolds financiou o crime. No entanto, há uma pequena conexão com o nazismo devido ao fato de que Biggs e outro assaltante, Buster Edwards, utilizaram os serviços de um médico que já havia remodelado as faces de fugitivos nazistas. 

5) A vítima não lembrada

Segundo o The Guardian, enquanto muitos se lembram de Jack Mills, o condutor atingido na cabeça durante o assalto, poucos se lembram do nome de David Whitby, o assistente que morreu de parada cardíaca oito anos depois, aos 34. 

6) A conexão com Colin Firth

Em sua fuga, Bruce Reynols precisava de novos nomes e identidades para ele, sua mulher e seu filho, Nick, ao fugirem para o México e Canadá. Eles adotaram o sobrenome Firth e Nick passou a se chamar Colin Firth, tornando-se xará do ator que ganhou o Oscar de melhor ator por "O Discurso do Rei" (2011).

7) O carro da fuga

A empresa British Leyland produziu uma peça publicitária para o carro Mini em 1979 com o slogan "Nips in and out like Ronald Biggs", em referência ao famoso assaltante. Membros do público reclamaram, mas a autoridade britânica que regula a publicidade apenas questionou a companhia se eles tinham pedido permissão a Biggs para usar seu nome. 

8) O videogame

Reynolds e Biggs assainaram um contrato para a produção de um jogo de videogame em 1999, que acabou nunca sendo lançado. 

9) O processo

Um dos ladrões, Gordon Googy, agora vivendo na Espanha, entrou com um processo da prisão contra a revista People por sugerir que ele tivesse "coagido uma inocente e decente jovem mulher" a participar da trama. Ele ganhou o caso e recebeu 2 libras de indenização.

10) O estranho condenado

Embora quatro dos ladrões nunca tenham sido capturados, um dos homens condenados, Bill Boal, não estava envolvido com o roubo. Ele foi preso por sua conexão com o assaltante Roger Cordrey. Boal foi encontrado com parte do dinheiro roubado, mas ele alegava que o volume era oriundo de um dívida que Cordrey tinha pago. Ele morreu na prisão em 1970, ainda protestando por sua inocência.