Um aperto de mãos surpreendeu o mundo político e diplomático na África do Sul nas homenagens póstumas ao líder Nelson Mandela – as mãos que se encontraram são a do presidente democrata dos EUA, Barack Obama, e a do comunista cubano, Raúl Castro. EUA e Cuba estão rompidos diplomaticamente há 52 anos. O cumprimento foi, no entanto, mais que um gesto protocolar e improvisado. Por intermédio de emissários de ambos os lados, os dois países já vêm conversando há tempo e ensaiam nos bastidores uma aproximação que ainda tem como maior nó a questão dos direitos humanos. Castro mantém presos políticos, entre eles o americano Alan Gross, acusado de espionagem. Para libertá-lo, exige que Obama repatrie dissidentes cubanos que fugiram para os EUA em busca de liberdade – e é claro que ele jamais terá isso. Não é à toa, assim, que logo após o cumprimento Obama tenha declarado que “há países que se dizem dispostos a mudar, mas não cedem em questões elementares”. O recado foi para o cumprimentado.