Mais reajustes
Enquanto o PSDB, o PT e o PFL de Antônio Carlos Magalhães estão às turras com o governo pela autoria da proposta de aumento real para o salário mínimo, o PMDB prepara outro caminho. Reunidos às vésperas do Carnaval para discutir o episódio, os dirigentes peemedebistas concluíram que nenhum partido sairá como o pai do novo mínimo. Quem ficará mal mesmo é o governo, com qualquer aumento que conceda, já que ficou claro para o eleitorado que, se dependesse da área econômica, viria um reajustezinho minguado. Quanto ao PMDB, vai tirar sua lasquinha da confusão centrando esforços na pressão para que o governo conceda um aumento imediato para o funcionalismo público federal. São cerca de 1,8 milhão de pessoas, entre funcionários ativos e inativos. De volta dos festejos de Momo, os líderes do PMDB pretendem anunciar que não abrem mão do aumento para essa turma, que está sem reajustes há pelo menos seis anos. Mais um problema para a área econômica, que terá de negociar um novo acréscimo de gastos para o Tesouro.

O nó do ajuste
Tem bem mais gente no governo do que se imagina, além da turma da Petrobras, torcendo por um acordo rápido na Opep sobre os estoques internacionais de petróleo. O preço do barril, hoje na casa dos US$ 30, cedeu, mas ainda não foi o suficiente. Tornou-se a maior preocupação do momento na área econômica do governo, do ponto de vista do ajuste fiscal. Pelos cálculos dessa gente, o preço do barril precisa chegar aos US$ 25 até o final de abril. Caso contrário, será preciso decidir sobre um novo aumento para a gasolina muito mais cedo do que deseja FHC.

MPs sem limites
O projeto que limita a edição de medidas provisórias pelo governo não será sancionado tão rapidamente quanto o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, vinha anunciando. A comissão encarregada de analisar a proposta na Câmara resolveu reabrir o prazo para apresentação de emendas ao texto. Quer dizer, o projeto ficará tramitando por mais tempo e a decisão, empurrada com a barriga.

Problema nuclear
O governo já admite a realização de uma concorrência internacional para a escolha de empresas para a construção de Angra-3. Contatos já foram feitos com a Eletricité de France e a espanhola Iberdrola, convidadas a integrar um megaconsórcio.

“Ou eu enrolo, ou me estrepo’’
Do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, respondendo num seminário da Firjan à pergunta se irá ou não baixar as taxas de juros

 

O bom samaritano
Deputados e senadores brigaram ao máximo para que cada um tivesse uma verba fixa de emendas ao Orçamento da União. Conseguiram fixar em R$ 1,5 milhão para cada um. Estranhamente, porém, alguns estão abrindo mão dessa verba em favor de outros. É o caso do deputado Lincoln Portela (PFL-MG), que cedeu toda a sua parte para o hospital da família do deputado Lael Varela (PFL-MG). Em tempo: o hospital fica em Muriaé, onde Lincoln Portela não tem votos.

Rápidas

* João Elísio Ferraz tem um cacife extra para abocanhar a vaga de Rafael Greca. É amigo do peito de Marcos Malan, irmão do ministro da Fazenda, o todo-poderoso Pedro Malan.

* O parecer do senador Pedro Piva (PSDB-SP) derrubando o projeto que proíbe a venda de armas no Brasil foi para o espaço. Não podia ter sido feito antes de a Comissão de Justiça do Senado opinar.

* Deu no Diário Oficial: o Ministério da Justiça pagará R$ 1,5 milhão por 52 filmetes de uma megacampanha publicitária de educação no trânsito. Dá um filme novo na tevê toda semana, durante um ano inteiro.