Depois do decepcionante A premonição (1999), um thriller psicológico estrelado por Annette Bening, o diretor irlandês Neil Jordan parece ter recuperado o tom certo com Fim de caso (The end of the affair, Inglaterra/Estados Unidos, 1999) – estréia em São Paulo e Rio de Janeiro na sexta-feira 17 –, adaptação para o cinema do romance homônimo de Graham Greene. Ambientado na Inglaterra durante a Segunda Grande Guerra, o filme conta a história do triângulo amoroso formado por Maurice (Ralph Fiennes), um escritor refinado, Sarah (Julianne Moore), mulher sedutora e entediada, e o marido desta, Henry (Stephen Rea), um burocrata. Num clima de ciúme obsessivo, em que cada gesto pode significar traição, surge a figura de um investigador trapalhão, Parkis (Ian Hart), cujos informes só servem para confundir as partes. A trama, calcada no catolicismo, tem um desfecho bem de acordo com o gosto pelo sobrenatural que tem dominado a atual safra de filmes – de Sexto sentido a O fim dos dias. Concorrente ao Oscar de melhor atriz, a produção tem no desempenho da americana Julianne Moore uma grande chance.