Uma nova técnica cirúrgica promete trazer mais segurança e melhores resultados para a lipoaspiração. Trata-se da vibrolipossucção. Ela é feita com um aparelho chamado Lipomatic, equipado com uma cânula vibratória (pequeno tubo de metal aberto na extremidade) movida a ar comprimido que, ao ser introduzida no tecido subcutâneo (abaixo da pele), “solta” a gordura localizada e permite que ela seja aspirada mais facilmente. “A técnica exige menos força física do médico”, diz Antônio Batuira, diretor científico de cirurgia plástica da Associação Paulista de Medicina (APM). Segundo ele, a novidade traumatiza menos o tecido e, por isso, deixa menos marcas roxas no corpo. “A lipoaspiração clássica, feita com uma cânula fixa, se parece com um arrancamento e causa mais trauma”, explica Batuira. O Lipomatic foi desenvolvido na Europa em 1997 e já está sendo testado há um ano no Brasil por quatro cirurgiões plásticos (três de São Paulo e um do Rio de Janeiro). A partir de novembro ele deve começar a ser fabricado no País ao custo de R$ 15 mil e poderá ser utilizado em maior escala.

De acordo com o professor de cirurgia plástica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Fausto Viterno, que já operou 32 pacientes com o Lipomatic, a grande vantagem do novo procedimento é o seu resultado final. “Ele não deixa ondulações porque se pode passar a cânula várias vezes numa mesma região”, explica. “No modo tradicional, onde a cânula não é tão maleável, é mais difícil obter um resultado tão bom.” Outra diferença em relação à lipoaspiração clássica é que a nova técnica pode ser realizada com mais frequência em ambulatório, sem a necessidade de internação hospitalar. Isso porque a aspiração da gordura – sendo mais fácil e rápida (tira-se uma maior quantidade de gordura em menos tempo) – permite o uso mais constante da anestesia local. “O paciente tem alta cerca de duas horas depois da cirurgia”, diz o anestesiologista Ubiragi Leal. Segundo o especialista, a anestesia local é menos utilizada na lipoaspiração clássica porque a retirada da gordura é mais difícil e requer um esforço físico maior do médico. No caso de uma cirurgia mais extensa (em diferentes regiões), tanto o novo método quanto o tradicional podem necessitar de uma anestesia geral ou peridural.

Sem dor – A recepcionista Selma da Silva, 33 anos, se submeteu ao novo tipo de lipoaspiração em abril deste ano. “Senti pouquíssima dor e quase não ficou roxo”, diz ela. “Eu pesava 56 quilos e tinha três dobras na barriga. Morria de vergonha”, conta. Depois de tirar gordura localizada do abdômen, do dorso das costas e da parte interna das coxas, seu manequim diminuiu do 42 para o 36. “Vou até arriscar um biquíni asa delta.” As indicações e algumas características da vibrolipossucção são as mesmas da lipoaspiração clássica: a cirurgia em si leva o mesmo tempo (duas a quatro horas), deve-se fazer um regime antes e pode-se retirar de gordura, no máximo, o equivalente a 5% do peso da pessoa. O preço da vibrolipossucção varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil (culotes) a R$ 6 mil e R$ 10 mil (aspiração em diversas regiões). Mas, embora eficiente, a técnica não é mágica. “A lipoaspiração não resolve tudo”, diz o cirurgião plástico carioca Rui Vieira. A silhueta perfeita depende também de dieta da manutenção do corpo que foi conquistado.