1) O governador de São Paulo, Mário Covas, pressionou o então ministro da Justiça, Renan Calheiros, para que transferisse aos Estados os serviços de inspeção de veículos, uma nova exigência do Código Nacional de Trânsito que ainda será aplicada. Para a Receita paulista, isso vai representar um reforço de R$ 1 bilhão por ano. Covas teria dito que já tinha empresas interessadas, o que constitui tráfico de influência. O novo ministro da Justiça, José Carlos Dias, indicado por Covas, determinou a transferência dos serviços de inspeção de veículos para os Estados, conforme anseio de seu padrinho político.

2) Mário Covas inaugurou presídios inacabados em São Paulo durante a campanha eleitoral de 1998. O Ministério da Justiça está fazendo uma ampla revisão nas licitações para construções de penitenciárias e deverá remeter novos recursos para o Estado de São Paulo, concluindo essas obras.

3) A empresa Tejofran, de propriedade de Antônio Dias Felipe, amigo e compadre de Covas, havia vencido a licitação da Polícia Federal para a reformulação dos passaportes brasileiros. Mas estava exigindo um reajuste no preço antes pactuado. Renan Calheiros suspendeu a licitação e, segundo ele, aumentou a irritação de Covas. O processo continua suspenso.

4) Covas pediu pressa no esclarecimento do grampo no BNDES, segundo Renan Calheiros, para beneficiar alguém. O ex-ministro, então, tinha sob seu comando as investigações da Polícia Federal e conhecia os interesses do Palácio do Planalto que estavam em jogo. Não se mexeu e o inquérito continua aberto, sem conclusões.