As figurinhas estão descolando do álbum. Recentemente morreu o beque Djalma Santos; há duas semanas partiu o lateral-esquerdo Nilton Santos; e na semana passada faleceu o meia-atacante uruguaio Pedro Rocha – ídolo do Peñarol e também do São Paulo, onde brilhou com Gérson e Toninho Guerreiro. Em 1972 Rocha marcou 25 gols em 56 jogos e no ano seguinte se tornou o primeiro estrangeiro a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro. Até o escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor do clássico “As Veias Abertas da América Latina”, rendeu-se a Rocha: “Ele fazia o que queria com a bola, e a bola acreditava nele.” Muitos sabem do ideário socialista de Galeano, poucos sabem que ele colecionava figurinhas de jogador. A figurinha que agora se soltou do álbum estava com 70 anos e portava doença degenerativa. Sem “inticar” com o presente (para valer-se de uma expressão da região brasileira mais próxima do Uruguai de Pedro Rocha) e sem nostalgia do passado, os personagens do álbum deixam saudade.  


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