Cientistas americanos apresentaram na semana passada um novo caminho para a cura da Aids. Os pesquisadores combinaram estratégias da imunologia e da radiologia e conseguiram derrubar a níveis indetectáveis no sangue a concentração de HIV, o vírus responsável pela doença. Além disso, o método foi capaz de destruir o vírus alojado em células cerebrais e do sistema nervoso. Trata-se de uma vitória almejada há muito tempo e que abre uma perspectiva para a erradicação do vírus no organismo, algo que os remédios usados hoje não conseguem. Eles atingem apenas parcialmente essas células, o que configura um obstáculo à cura definitiva da doença, já que o vírus não desaparece completamente do organismo.

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A experiência foi feita no Albert Einstein College of Medicine, de Nova York. Os cientistas utilizaram anticorpos monoclonais combinados com isótopos radioativos. Os primeiros são moléculas criadas para identificar agentes invasores, como vírus. Os segundos são usados para matar células cancerígenas. No caso da Aids, os anticorpos foram desenhados de forma a localizar e a se ligar a uma proteína expressa por células infectadas. Ou seja, eles marcam a célula que carrega o HIV. E os isótopos radioativos a destroem. A combinação foi testada com sucesso em amostras de sangue contaminado retirado de 15 pacientes.

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A eficácia do método deixou os cientistas entusiasmados. “É uma forma de chegarmos à cura da doença”, disse à ISTOÉ a cientista Ekaterina Dadachova, responsável pela pesquisa. “Além de alcançar células cerebrais, atinge apenas as que estão infectadas. A radioimunoterapia é usada hoje contra o câncer basicamente sem nenhuma toxicidade.” Os pesquisadores já estão preparando um estudo com seres humanos para ser iniciado no ano que vem.

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