Com quase 30 anos de carreira, o cartunista Fausto arranca rasgados elogios de seus colegas de ofício. Jaguar – que faz o prefácio de seu livro Sem perder a linha (edição de Massao Ohno, 110 págs., R$ 30), recém-lançado – disse ter ficado impressionado com o ecletismo do rapaz, logo que o conheceu. "Ele vai de tudo: vinhetas, ilustrações, charges, caricaturas, cartuns, histórias em quadrinhos. Sempre num alto nível de profissionalismo e competência." Em reuniões políticas em sua casa, nos anos 70, o amigo Henfil (morto em 1988) sentenciou: "Esse jeitinho humilde, quietinho, esconde um furacão." Já Laerte – cartunista da Folha de S.Paulo – chama a atenção para o seu humor gentil, "preocupado com os problemas das pessoas e sempre protegendo alguém". Os três têm razão. Fausto, 46 anos e há nove chargista do jornal paulistano Diário Popular, mostra em Sem perder a linha sua contundência como um crítico de costumes e também a visão lírica e poética de um contador de histórias. O livro é uma coletânea de seus melhores trabalhos, publicados entre 1978 e 1998. Suas charges e cartuns contam um pouco da recente história política do País: o fim do regime militar, a campanha pelas eleições diretas e a era Collor, até o governo Fernando Henrique Cardoso. Quem conhece apenas suas charges políticas dos tempos do Vira Lata, a seção de humor do antigo suplemento Folhetim, da Folha de S.Paulo – onde brilhava ao lado de nomes como Glauco, Fortuna e Angeli –, tem uma agradável surpresa com as ilustrações em homenagem a alguns grandes ídolos da música, entre eles Elvis Presley, Raul Seixas, Luciano Pavarotti, Carlos Gardel, Miles Davis, Billie Holiday e Dizzy Gillespie. Fausto já passou também por outros veículos de comunicação, como os jornais Última Hora, Popular da Tarde e O São Paulo e a Editora Três. E já ilustrou artigos de muita gente famosa na imprensa, como Luis Fernando Verissimo, Mário Quintana, Paulo Francis, Rogério Sganzerla e Claúdio Abramo, entre outros.