Durante os meses de julho e agosto do ano passado, não se falou em outra coisa no País. O assunto preferido em qualquer roda de conversa era a perseguição ao "Maníaco do Parque" – o motoboy Francisco de Assis Pereira –, um serial killer que violentava e matava jovens mulheres depois de atraí-las a um matagal com o esfarrapado argumento de que as fotografaria para o catálogo de uma empresa de cosméticos. Desde que a polícia encontrou os dois primeiros corpos nas matas do Parque do Estado, na divisa dos municípios de São Paulo e Diadema, a população ficou aterrorizada. A polícia acredita que Francisco tenha matado dez mulheres e estuprado pelo menos outras 11.

Todos que seguiram avidamente o noticiário policial naqueles dias podem agora conhecer novos detalhes das investigações no livro Caçada ao Maníaco do Parque (Editora Escrituras, 128 págs.), que será lançado no dia 14, às 19 h, na Livraria Saraiva do Shopping Center Iguatemi, em São Paulo. Feito em parceria pela jornalista de ISTOÉ Luísa Alcalde e o investigador Luís Carlos dos Santos, o livro é uma extensa e bem trabalhada reportagem, que relata nos mínimos detalhes o dia-a-dia da perseguição ao maníaco. É livro para ler de um fôlego só, alerta na apresentação o psiquiatra Guido Palomba, um especialista na análise de mentes criminosas e que, como poucos, decifra o comportamento de psicóticos e psicopatas. Sequioso de explicações convincentes, o público quer entender como e por que aquelas jovens mulheres – a maioria trabalhadoras de origem simples – acreditaram nas palavras do falso agenciador de modelos. "É o sonho de ser famosa e brilhar nas passarelas, da noite para o dia. As jovens sonham com isso, incentivadas sobretudo pela mídia. Muitas acabam sendo ludibriadas. Que este livro sirva de alerta para essas meninas", diz Luísa Alcalde.

Os dois autores conhecem como poucos o caso. Luísa, que começou no jornalismo em 1988, acompanhou as investigações ininterruptamente, trabalhando para ISTOÉ. Santos foi atrás de testemunhas e ouviu relatos e confissões do motoboy. O livro traz informações minuciosas contidas no inquérito policial, no processo e no laudo psiquiátrico e psicológico de Francisco, além de relatos do próprio motoboy. Revela ainda a infância conturbada do motoboy, quando foi seviciado por uma tia e por um tio, e mostra também a estrutura precária da polícia para o trabalho.