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Ronaldo amava Daniella. Tão rápido quanto deixava para trás os zagueiros em seus bons tempos, o craque escancarou o sentimento pela apresentadora de televisão: com menos de 20 dias de namoro, tatuou no pulso esquerdo as iniciais do par. O meteórico casamento durou três meses e acabou em acusações (dela) de infidelidade (dele). Retocado, o D de Daniella virou mais um R, de Ronald, filho do atacante. Johnny Depp era louco por Wynona Ryder. Como prova de afeto, cravou no braço direito a frase Para sempre Wynona. Antes de a tinta começar a desbotar, a atriz dispensou a estrela da trilogia Piratas do Caribe. Um coração instável não é privilégio das celebridades. Pesquisa realizada nos Estados Unidos (leia quadro) mostrou que o principal motivo de arrependimento em pessoas que se tatuaram era o nome que ficou marcado na pele.

No fim do ano, chega aos estúdios dos Estados Unidos uma tinta revolucionária que promete tatuagens tão eternas quanto as paixões. Chamada de Freedom-2, ela foi desenvolvida para ser removida com apenas uma sessão de exposição ao laser. Aplicada da mesma forma que as tintas tradicionais, o diferencial da novidade está na composição. Ela é feita de pigmentos e corantes bioabsorvíveis encapsulados em glóbulos que são mais facilmente destruídos em micropartículas pelo laser, permitindo ao corpo expelir naturalmente os resíduos. Uma tatuagem feita com a Freedom-2 sairá, em média, 20% mais cara. 60% das tatuagens feitas no Brasil em 2006, em estúdios licenciados, foram em mulheres.

 

 

 

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Método mais moderno para a retirada de tatuagens, as sessões de laser são tão dolorosas que só podem ser feitas após a aplicação de uma anestesia local. As tintas usadas hoje em dia levam de sete a dez sessões, com intervalo mínimo de um mês entre elas, para serem removidas. A atriz Deborah Secco, que atualmente enfrenta o torturante tratamento para apagar a tatuagem Falcão: amor eterno, amor verdadeiro, feita no pé direito quando namorava o vocalista da banda O Rappa, diz que a dor é merecida, pelo ato impensado. O sofrimento e a espera não têm satisfação garantida – a pele pode ficar manchada. “Depende muito da localização, da profundidade, de há quanto tempo foi feita e, principalmente, da cor da tatuagem”, afirma a dermatologista Shirlei Borelli, que fez sua primeira remoção de tatuagem em um cliente há 25 anos. Quanto mais escuras as cores e mais recente a tatuagem, mais fáceis para retirar e melhores são os resultados. Mas quem decide se livrar de uma tatuagem não sente apenas na pele. O custo para a retirada fica, em média, dez vezes mais caro do que para fazer a tattoo.

Cobrir o desenho que não traz mais orgulho é outra saída bastante utilizada. A apresentadora Luize Altenhofen tatuou um dragão por cima de sua primeira tatuagem, um cavalo alado, feita quando tinha 14 anos. “Hoje me identifico mais com o dragão, um símbolo de força”, justifica ela, dona de cinco tatuagens. Para quem pensa em mostrar na pele sua paixão avassaladora, mas sem se arriscar muito, o negócio é esperar: segundo o fabricante, a nova tinta deve chegar ao Brasil no primeiro semestre de 2008.