Caustic Community (Masks and Mirrors)/ White Cube, SP/ até 8/2/14

Eddie Peake tinha 15 anos quando Tracey Emin escreveu, dentro de uma barraca de acampamento, todos os nomes de seus parceiros de cama, na obra performática “Everyone I’ve ever slept with”, de 1995. “Eu era um adolescente desiludido e entediado”, conta ele. Hoje, aos 32 anos, Peake é o mais jovem artista a ser representado pela White Cube, a maior galeria do Reino Unido, responsável por lançar nos anos 1990 a geração YBA (Young British Artists). O talento precoce e a exploração de temáticas “de impacto massivo”, como sexualidade e voyeurismo, têm lhe rendido comparações com os enfant terribles da YBA. Peake ganhou projeção midiática e reconhecimento da crítica em 2012, depois de uma performance apresentada na Tate Modern, na qual bailarinos pintados de dourado encenaram uma coreografia erótica. “Mas eu realmente não me relaciono aos artistas da YBA”, diz ele. “Os artistas britânicos dos anos 1990 que eu admiro são os que estavam à margem dessa cena, como Tacita Dean, Steve McQueen, Mark Wallinger”, disse o artista à ISTOÉ durante a montagem de sua exposição individual na filial paulistana da White Cube.

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SLOGANS
Pinturas com espelhos expressam pensamentos proibidos

A mostra “Caustic Community (Masks and Mirrors)” não traz a São Paulo as performances que o celebrizaram, mas, sim, duas séries de pinturas, realizadas com máscaras e espelhos, e um vídeo. São obras que ficam no limite entre a pintura e o objeto, que articulam frases de efeito. Posicionada na entrada da exposição, uma pintura de espelhos estampa a frase: “Come over everything”. “Gosto da posição inicial dessa pintura, sugerindo uma ejaculação em toda a sala”, diz ele.

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