21/11/2013 - 19:02
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou, na tarde desta quinta-feira, que já determinou ao Controlador Geral da Administração Gustavo Úngaro que requisite o depoimento de Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo de hoje, em relatório entregue ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o ex-diretor cita "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção durante os governos dos tucanos Mário Covas, Alckmin e José Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
“Já determinei ao Controlador Geral para que requisite imediatamente ao Cade todas as informações. Isso é anterior ao acordo de leniência e nunca tivemos informações sobre esse depoimento. Então estamos requerendo judicialmente que nos envie essa documentação para apurar rigorosamente essas informações, mas precisamos ter acesso. Esse pedido foi feito hoje”, disse Alckmin.
Rheinheimer cita ainda no relatório o secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido (PSDB), afirmando que o vereador licenciado receberia propinas das multinacionais envolvidas no esquema de cartel dos trens de São Paulo.
De acordo com Alckmin, nenhum secretário ou vereador que teve o nome citado será afastado até que a apuração termine. “Nosso compromisso é com a verdade. Doa a quem doer. Não interessa o cargo e quem é, mas precisam ter provas, responsabilidade. Estamos solicitando todo o depoimento desse ex-diretor da empresa. Não tem sentido afastar se não tivemos nem acesso aos documentos. Temos compromisso de rigor absoluto, mas temos que ter acesso. Já solicitamos ao Cade e àPolícia Federal. Deve chegar o mais rápido possível”, disse o governador.
Segundo o jornal, o documento faz menção também ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e aos secretários estaduais José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Rheinheimer foi diretor da divisão de Transportes da Siemens, onde trabalhou por 22 anos, até março de 2007. Porém, de acordo com Alckmin, o depoimento do ex-diretor da empresa ocorreu há mais de um ano e meio, o que mostra que já deveria ter chegado às suas mãos.
“Isso tem mais de um ano e maio. Era tempo necessário para ser apurado e nós sermos comunicados e estamos tomando conhecimento hoje, pela imprensa. Nós somos os maiores interessados”, completou.