18/11/2013 - 14:53
A Interpol emitiu no sábado, 16, um alerta internacional de que existe um mandado de prisão contra Henrique Pizzolato no País. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado a mais de 12 anos de prisão por envolvimento no escândalo do mensalão, está foragido. O aviso chamado pela Polícia Federal de Difusão Vermelha, e significa que ele é procurado por todos os países membros da Interpol.
Dependendo do País em que o procurado se encontra, a Difusão Vermelha tem validade de um mandado de prisão, enquanto outras nações pedem a validação do mandado por uma autoridade judicial local.
Pizzolato teria deixado o Brasil há 45 dias rumo à Itália. Ele próprio comunicou a fuga, divulgada em carta, no sábado, por seu então advogado, Marthius Sávio Lobato. A PF não confirma se ele está de fato em território italiano e também não confirma nenhuma outra informação sobre seu paradeiro.
A Polícia Federal informou ainda que Pizzolato é considerado foragido pela corporação e que seu nome consta no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos (Sinpi), o que, em tese, o impediria de deixar o País. A última atualização sobre Pizzolato no sistema é de sexta-feira, 15.
Na última sexta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, expediu mandados de prisão para 12 condenados, dentre eles Pizzolato, o ex-ministro José Dirceu e o deputado federal licenciado e ex-presidente do PT José Genoino. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil foi o único da lista que não se entregou às autoridades.
Itália nega ter emitido passaporte para Pizzolato no Paraguai
A embaixada da Itália em Assunção negou ter emitido um novo passaporte italiano para o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que foi condenado no processo do mensalão e fugiu do Brasíl há cerca de 50 dias. A embaixadora da Itália no Paraguai, Antonella Cavallari, afirmou por e-mail que "não foi expedido nenhum passaporte em nome de Henrique Pizzolato através dos serviços consulares da embaixada italiana no Paraguai". Considerado foragido, Pizzolato teve prisão decretada na sexta-feira para cumprimento da pena de 12 anos e sete meses regime fechado por lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva.
No sábado, o advogado de Pizzolato, Marthius Sávio Cavalcante Lobato, disse à PolíciaFederal que familiares afirmaram que o foragido estaria na Itália, após deixar o Brasil pela cidade de Ponta Porã (MS) e ingressar no Paraguai por Pedro Juan Caballero. As duas cidades são separadas apenas por uma avenida. A fuga, segundo uma carta assinada pelo réu, teria ocorrido em busca do "legítimo direito de liberdade para ter um novojulgamento na Itália".
No Paraná, uma pessoa que mantinha contato frequente com Pizzolato disse não acreditar na versão de fuga do réu pela fronteira com o Mato Grosso do Sul. Segundo o homem, que preferiu não ter o nome revelado, Pizzolato "tem uma postura calma, direcionada e evita adotar posições emocionais". "Não creio que ele escolheria aquela região, considerada perigosa pela presença de traficantes. Se ele fugisse pelo Paraguai, acho que escolheria a rota de Foz do Iguaçu. Além de ser mais tranquila, ele poderia contar com apoio de pessoas que ele conhece", disse a fonte.