Às certidões
O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, ameaça com processo por causa da nota publicada nesta coluna contando que seu pai, Afrísio Vieira Lima, comprou oito fazendas na região de Itapetinga, interior da Bahia, entre 1997 e 1999. Indicado por Geddel, Afrísio comanda as Docas da Bahia desde 1995. A fonte da informação, um aliado do presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, insiste terem sido oito propriedades. Conseguiu até agora nos fornecer cópias das certidões de compra de sete fazendas totalizando cerca de 4.900 hectares. Três delas – adquiridas entre 1997 e 1999 com os nomes de Sossego, Ipiaí e Sônia e Maria, segundo o cartório de Itororó – passaram a chamar-se Tabajara. Nos cartórios de Potiraguá, Ibicuí e Macarani, estão as fazendas Caçapava, Vale do Caraim, Bela Vista e Córrego. As duas últimas foram compradas pessoalmente por Afrísio. Nas outras, consta (quem diria!) o próprio Geddel como comprador oficial junto com seus dois irmãos. Mas com usufruto até o fim da vida para o pai, Afrísio.

 

Protesto futuro
Depois dos ruralistas, os próximos empresários a protestar contra o governo devem ser os donos das chamadas micro e pequenas empresas. Ficaram inadimplentes nada menos do que a metade dos 2,5 milhões de nanicos que aderiram ao projeto do governo para simplificação do pagamento de impostos – o Simples, criado pelo secretário da Receita, Everardo Maciel. Ao optarem pela exorbitante taxa Selic de juros, acabaram caindo numa arapuca.

 

Poder eterno
Aos que andam notando o silêncio do ex-presidente José Sarney, vale chamar a atenção para o mais novo tititi de bastidores de Brasília. Senador pelo PMDB, Sarney quer articular a candidatura a vice-presidente de sua filha e governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que é do PFL, numa chapa comandada pelo tucano Mário Covas. Segundo Sarney, seria uma forma de reeditar a aliança PSDB-PFL-PMDB para 2002. A expectativa de manutenção da aliança no governo, por si só, seria capaz de acalmar agora a base governista.

 

E o calote aumentou
O presidente do PMDB, Jader Barbalho, abriu na CPI o levantamento oficial sobre a dívida queos bancos beneficiados pelo Proer têm com o governo. Até abril, o rombo era de R$ 14,3 bilhões. Em tempo: ISTOÉ ganhou o Prêmio Esso de reportagem econômica em 1998 com revelação do jornalista Ronaldo Brasiliense de que se havia chegado ao espantoso índice de R$ 10 bilhões. Pelo jeito, de lá para cá a coisa só fez piorar.

 

Por Tales Faria