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Depois de muita expectativa para o início da maior competição esportiva já realizada no Brasil, a história do Pan Rio 2007 passou para as mãos de seus protagonistas. São 5.662 atletas de 42 países, todos dispostos a melhorar a posição das nações que representam no ranking de medalhas. O Brasil, terceiro país das Américas, está em quinto lugar, com 765 medalhas (187 de ouro), e é favorito no vôlei, vôlei de praia e iatismo. Os Estados Unidos, porém, dificilmente descerão do topo do pódio das medalhas. O país chega com 601 atletas e algumas estrelas, entre elas a esgrimista Mariel Zagunis, o campeão de luta livre Bill Zadick e os nadadores Mark Gangloff, ouro em Atenas (2004), e Gary Hall Jr. Mas o que não falta no Pan são astros e de várias nacionalidades, como a ginasta russa Anastasia Liukin, o pugilista cubano Guilhermo Rigondeaux Ortiz ou a ciclista mexicana Belém Guerrero Méndez.

Aos 32 anos, Gary chega com dez medalhas olímpicas (cinco de ouro) e uma trajetória que sensibiliza o público. Em 1999, descobriu ser diabético e passou a trabalhar na ajuda aos doentes. Modesto, chegou tecendo elogios ao brasileiro César Cielo: “Acho que ele me vencerá. Será um fenômeno e, com certeza, campeão mundial em breve.” A ginasta Anastasia Liukin, 17 anos, nascida em Moscou e naturalizada americana, também está de olho no ouro. No campeonato mundial de Melbourne, em 2005, sagrou-se campeã na trave e barras paralelas assimétricas e vice-campeã no concurso completo. Tem o esporte no DNA: seu pai e sua mãe são ex-campeões mundiais.

Difícil mesmo é deixar de admirar os cubanos, que heroicamente lutam para impedir que o Canadá tire da isla o segundo lugar no ranking das medalhas. Na maior delegação do Pan, um dos mais vistosos é o pugilista peso galo Guilhermo Rigondeaux Ortiz, 26 anos, ouro em Sydney (2000), em Atenas (2004) e no Pan de Santo Domingo (2003) e campeão mundial de 2001. Ele chegou dando declarações que soam exóticas: “Minhas medalhas não são minhas, são de Cuba. Luto pela pátria, pela revolução”. Rigondeaux está invicto há 102 lutas. Outro favorito é Angel Valodia Matos Fuentes, do tae kwon do, campeão em Sydney, que chama a atenção pelo tamanho (1,91 m de altura) e pelos dois dentes caninos de ouro. No último Pan, o país venceu em 6 das 11 categorias de boxe. O beisebol de Cuba é campeão mundial e ouro nas Olimpíadas de 1992, 1996 e 2004. Costumam provocar fortes emoções também as seleções de basquete e vôlei.

Com 710 medalhas, o México tenta tirar do Brasil o quinto lugar entre os melhores das Américas. Um de seus ídolos é Belém Guerrero Méndez. Ciclista de 33 anos, prata em Atenas, ela acaba de conquistar o ouro no campeonato da Venezuela, depois de duas cirurgias na clavícula. O corredor Félix Sánchez, da República Dominicana, tem tudo para entrar para a história de superações no esporte. Duas vezes campeão mundial e medalha de ouro em Atenas, ele teve várias lesões físicas, mas se mantém como uma das promessas de ouro para os 400 metros com barreira.

Outra equipe de garra usará um uniforme azul e branco pelo qual os brasileiros não costumam vibrar. São as argentinas do hóquei sobre grama, chamadas de “las leonas” pelos hermanos. A mais festejada é Luciana Paula Aymar, três vezes eleita a melhor do mundo. Desde 1987 las leonas abocanham o ouro dos jogos Pan-Americanos. Nas duas últimas Olimpíadas, levou prata e bronze. Pela primeira vez no Rio, as leoas são garantia de altíssima audiência para o Pan entre os argentinos, que a comparam a Diego Maradona.