É prematuro afirmar que a pesquisa ISTOÉ/Ibope – a primeira realizada no ano eleitoral –, publicada a partir da pág. 26, aponta um favorito na disputa pela sucessão presidencial. Seus resultados, porém, certamente nortearão acirradas batalhas travadas no interior de partidos, como o PSDB e o PMDB. A eleição ainda não está na pauta dos cidadãos, ainda não empolga as conversas de bar, mas desde meados do ano passado já é o centro das articulações políticas e determina as agendas, principalmente de tucanos e peemedebistas de todo o País. Os números não são nem um pouco generosos com o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), entrevistado nas páginas vermelhas desta edição. Com a pré-candidatura já posta nas ruas e correndo boa parte do Brasil, Alckmin não conseguiu traduzir seu empenho em números. Um dado que reforça os planos da cúpula tucana em apostar suas fichas no prefeito de São Paulo, José Serra, como demonstra a reportagem de Donizete Arruda, à pág. 31.

Os números revelados pela pesquisa também trazem recados aos peemedebistas, que se engalfinham entre os que defendem uma candidatura própria e aqueles que preferem se aliar a lideranças como Lula ou Serra. O desempenho mostrado pelo ex-governador do Rio Anthony Garotinho reafirma as pesquisas anteriores e o consolida como o único candidato do partido capaz de aglutinar os votos dos brasileiros já cansados de PT e de PSDB. Adversário de Garotinho dentro do PMDB, o governador gaúcho, Germano Rigotto, não consegue superá-lo sequer no Sul do País. A pesquisa ainda demonstra que o presidente Lula, com período de férias de CPIs e Congresso vazio, tem conseguido colher alguns bons frutos com os seus programas assistenciais, propaganda oficial e maior exposição na mídia. As próximas enquetes dirão como se comportará o eleitor a partir de agora, quando as investigações parlamentares voltarem a ocupar as manchetes.