Na luta contra a Aids, vão surgindo estratégias para, ao menos, intimidar o vírus. Na semana passada, cientistas do Children’s Hospital of Philadelphia, nos Estados Unidos, apresentaram um modelo de terapia genética para o combate à doença. Eles introduziram, in vitro, um gene modificado do HIV em células de defesa do organismo a fim de que elas o reconhecessem como algo estranho. Batizado de tat, o gene despertou a produção de anticorpos. “A multiplicação do vírus foi inviabilizada, deixando, em tese, a doença sob controle”, explica o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Outras novidades estão a caminho. O laboratório Bristol-Myers Squibb divulgou estudos com uma droga (BMS 232632) que será lançada em 2001. Ela simplifica o coquetel anti-HIV, já que o paciente tomaria apenas duas pílulas por dia, em vez das seis diárias. “Isso aumenta as chances de adesão ao tratamento e diminui o risco de o vírus se tornar resistente”, afirma Ricardo Hayden, coordenador do DST/Aids de Santos. No mesmo ano, sairá o T20, da Roche, primeiro inibidor de fusão, que impede a entrada do vírus nas células de defesa. A droga é injetável e precisa ser aplicada duas vezes ao dia. Ainda assim, será mais um reforço bem-vindo.