Agora uma boa surpresa. A partir de outubro, o Ministério da Saúde iniciará a distribuição de dois milhões de unidades da Reality, a camisinha feminina, nos serviços de saúde da mulher de baixa renda. É mais uma medida de prevenção contra o HIV e que permite à mulher decidir se vai usá-la ou não. A decisão de distribuir o anticoncepcional está baseada numa pesquisa nacional coordenada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O resultado, divulgado quinta-feira 19, confirmou a simpatia da brasileira pelo método. O estudo acompanhou, de setembro a janeiro último, 2.453 mulheres em seis cidades – Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Vicente (SP), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO) e São Tomé (PE). Das 1.849 mulheres que chegaram ao fim do estudo, 70% aprovaram o método.

Entre as que recusaram a Reality, a maioria se referiu à desaprovação do parceiro. Entre as adeptas, a dificuldade foi a colocação do preservativo, escorregadio. "Mas a principal vantagem relatada é a proteção contra a Aids", diz Regina Barbosa, uma das coordenadoras do estudo. Diferentemente da camisinha masculina, a distribuição da feminina precisa ser acompanhada de um processo educativo. "Seu uso não é tão fácil e requer orientação", explica Pedro Chequer, do Ministério da Saúde. Um recurso importante quando se sabe que hoje, no Brasil, para cada dois homens infectados com o HIV há uma mulher com o vírus.