A CPI do Judiciário decidiu pôr a Polícia Federal no caso Encol. Depois de passarem cinco horas ouvindo as pouco convincentes explicações do juiz da Vara de Falências de Goiânia, Avenir Passo de Oliveira, os senadores aprovaram na quarta-feira 18 requerimento para que os ex-síndicos da massa falida da empresa, Roldão Cassimiro e Habib Badião, e o advogado Micael Heber Mateus prestem depoimento à PF. Roldão e Badião foram nomeados pelo juiz, que é acusado por advogados da Encol de receber uma mala de dólares no valor de R$ 1 milhão para facilitar desvio de dinheiro da construtora. Avenir se enrolou quando tentou explicar por que concedeu concordata à empresa, em vez de falência, que implicaria imediato afastamento de toda a diretoria da Encol.

Ao investigar a ficha dos síndicos escolhidos pelo juiz, a CPI descobriu que Habib Badião não poderia exercer a função porque responde a processo criminal em Goiás por comercialização ilegal de materiais cirúrgicos. O advogado Micael Mateus nem sequer tinha o registro da OAB quando passou a despachar com Avenir sobre assuntos relativos à falência da Encol. Segundo o advogado Sérgio Melo, Micael foi o responsável pela venda do gado da Encol para fazer o pagamento da propina de Avenir. No final do depoimento do juiz, o vice-presidente da CPI, senador Carlos Wilson (PE), deu seu parecer. "Muita gente levou vantagens na quebra da Encol."

I. A.