A dança, antes restrita ao fundo do palco de programas de auditório, com suas coreografias decorativas, ganhou a luz dos holofotes principais. Programas de competição entre dançarinos anônimos e famosos tornaram-se uma mania mundial. O Brasil não ficou fora da moda e, além dos concursos, terá também uma novela cujo título não poderia ser mais sugestivo: Dance dance dance. O folhetim juvenil estréia em 1º de outubro, às 20h15, na Rede Bandeirantes, e terá como cenário principal uma academia de dança, com espaço para o balé clássico, ritmos de salão e hip-hop.

Com custo total estimado em R$ 20 milhões, a produção de 160 capítulos engrossa a onda de musicais de sucesso, como a novela Rebelde, exibida com êxito no Brasil pelo SBT, o High School Musical e Jump in, séries de sucesso entre adolescentes.A própria Band já teve uma experiência anterior com as duas temporadas de Floribella, em 2005 e 2006. Mas a dança, que ficava ligada apenas aos clipes, vira agora personagem importante na nova novela. A protagonista, interpretada por Juliana Baroni, é uma bailarina que se apaixona por Rafael (Ricardo Martins), um cara durão. A direção da rede aposta no sucesso da trama. “O tema não é restrito. Quem não sabe dançar gostaria de saber ou, no mínimo, gosta de ver”, diz Elisabetta Zenatti, diretorageral de programação artística e responsável pelo projeto. Na opinião de Del Rangel, diretor da novela, a dança é entretenimento e ajuda a contar histórias românticas. “Ela prevê superação. Só é possível dançar bem com muito esforço e isso reforça o arquétipo do herói”, explica.

De fato, é na superação que se baseiam os diversos programas do gênero na tevê. Os competidores precisam se esforçar para conseguir algum gingado e provar que têm jogo de cintura. O primeiro a fazer sucesso foi o Strictly come dancing, formato da BBC inglesa que estreou em 2004 e deu origem a várias versões, como Mira quién baila, na Espanha, e Ballando com le stelle, na Itália. A mais famosa delas é a americana, Dancing with the stars, cuja quinta temporada terminou recentemente. No palco, celebridades formam dupla com professores e disputam um campeonato de dança de salão. No ano passado, o SBT exibiu a sua versão do programa, com algumas mudanças. Bailando por um sonho mostrava um famoso formando dupla com um anônimo desejoso de conquistar um prêmio em dinheiro para comprar qualquer coisa, de viagens a cirurgias médicas.

A fórmula do reality show é a mesma usada no Domingão do Faustão, da Rede Globo, em quadros como Dança dos famosos. Desde a estréia, em 2005, já foram quatro edições, responsáveis pelas melhores audiências do programa, chegando a registrar médias superiores a 30 pontos. O sucesso gerou o Dança no gelo, que está na terceira temporada. Outras emissoras também investiram no gênero, como a Rede Record, que produziu o Reality dance, quadro do Hoje em dia disputado apenas por anônimos.

A moda não dá sinais de exaustão. Novos formatos explorando o bailado são criados e exibidos mundo afora. So you think you can dance, exibido pela Fox, já teve três temporadas. É uma espécie de Pop idol da dança, com anônimos disputando o título de melhor bailarino. Os direitos foram comprados pela Globo, mas ainda não há data para produção no Brasil.