Na semana passada, o professor de patologia Nikolaos Vasilakis, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, alertou a comunidade científica mundial sobre o surgimento de um quinto tipo de vírus da dengue. Ele identificou o novo gênero após analisar o DNA de amostras de sangue de um paciente com sintomas intensos da doença tratado na Malásia em 2007. Vasilakis concluiu que o micro-organismo continha diferenças suficientes em relação aos quatro tipos já conhecidos a ponto de classificá-lo como uma nova cepa.

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DESAFIO
Na opinião do virologista Granato, agora será preciso
rediscutir as estratégias para a criação de um imunizante

As consequências do aparecimento do tipo 5 da dengue não estão claras. “Nossos estudos indicam que, por enquanto, o sorotipo 5 ainda não emergiu das florestas para a cidade e não há um ciclo estabelecido de transmissão entre humanos”, afirmou Vassilakis à ISTOÉ pouco antes de deixar seu hotel na ilha de Bornéu, na Malásia, para se embrenhar nas florestas regionais em busca de mais amostras. “No entanto, possivelmente ele já circule entre humanos, e isso pode elevar o risco de dengue hemorrágica”, disse o pesquisador. Essa versão, a mais grave da enfermidade, ocorre se a pessoa é infectada por um vírus muito agressivo ou por mais de um tipo. Portanto, quanto mais variações existentes, maiores as chances.

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A descoberta também interfere no rumo das pesquisas para a criação de uma vacina. “Elas não poderão mais imunizar apenas contra os quatro sorotipos porque isso elevaria as chances de uma grave epidemia pelo novo tipo”, explica o virologista Celso Granato, chefe do laboratório de virologia clínica da Universidade Federal de São Paulo e diretor clínico do laboratório Fleury.

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