Com aposta na aventura e no mistério, a novela das sete “Além do Horizonte” (estreia na segunda-feira 4, na Rede Globo) está sendo associada à série “Lost”, que foi mania televisiva há oito anos. Como a produção cult americana, o enredo criado por Marcos Bernstein e Carlos Gregório investe na fórmula que envolve desaparecimentos e manifestações fantásticas passados no território mítico da floresta, recorrente nos contos de fadas. Os criadores aproveitaram o que os especialistas em marketing chamam de “buzz” (contágio) e adicionaram mais referências para o público. Segundo eles, a trama teria também algo de “Horizonte Perdido”, passado na cidade lendária de Shangri-lá, e do filme com Leonardo DiCaprio, “A Praia”, em que os habitantes de uma região remota vivem situações inexplicáveis. Consoante com o espírito pop reinante, o diretor de núcleo Ricardo Waddington assim resumiu a estreia global: “Trata-se de um projeto abusado.”

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PERDIDOS NA SELVA
Christiana Ubach (ao centro), com Ravel Cabral e Rodrigo Simas:
personagens que desaparecem e são procuradas por parentes

O risco, no caso, seria mais no sentido de romper com o habitual humor que vigora no horário, há mais de três décadas, que no formato. Contra possíveis acusações de pastiche, Bernstein aponta que a trama é original e que nada é copiado. “A lenda da Besta, em que as pessoas surgem mortas com a sua marca no rosto, é uma criação nossa”, diz ele. O tom jovem, que inclui até cenas de rafting, pede personagens correlatos. A história é narrada por três amigos, interpretados por Juliana Paiva, Thiago Rodrigues e Vinicius Tardio, pela primeira vez em papéis de protagonistas. O grupo tenta localizar parentes que estão há anos desaparecidos. Alguns são personagens de Antonio Calloni, Carolina Ferraz e Christiana Ubach, entre outros.

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Seguindo pistas, o trio chega a Tapiré, última cidade antes do local chamado “Comunidade”, no meio da mata, habitado por pessoas que abriram mão do estilo de vida urbano em favor de um ambiente natural. Lá, reina a harmonia e a felicidade, guardada pela tal Besta. Waddington admite que foi atraído pela proposta de aventura : “É uma nova perspectiva de história e gênero”, diz. O diretor-geral, Gustavo Fernandez, pretende dar um ritmo mais dinâmico às cenas de ação. “Para isso estamos trabalhando muito com câmera em movimento. Essa é a linguagem que a história pede”, afirmou, confirmando o investimento num estilo mais ousado e de acordo com o gosto contemporâneo.