Eleita no ano passado a cantora do milênio pela BBC de Londres, há muito Elza Soares merecia uma homenagem no seu país. Valeu a pena esperar. O tributo veio em forma de um caprichado musical que mostra momentos penosos da sua vida, pontuados pelos sucessos na sua inconfundível voz rouca. Há também canções inéditas, compostas especialmente para ela, como Dura na queda, de Chico Buarque, apresentada no grand finale numa interpretação arrebatadora de Elza projetada em três telões. A menina favelada, que se casou obrigada aos 12 anos, foi mãe aos 13 e enviuvou aos 19, conheceu alguns de seus melhores e piores momentos ao lado do craque Garrincha, o que justifica o grande espaço dado ao personagem, interpretado pelo ótimo Tuca Andrada. Para dar vida às várias faces e fases da vida de Elza Soares, a diretora Stella Miranda decidiu dividi-la em duas atrizes: Elisa Lucinda e Zezé Polessa. Apesar de alguns exageros moderninhos na con–ce-pção visual, o saldo é um belo e emocionante espetáculo. (C.M.)
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