Bené no sal
Ninguém fala publicamente. A saída encontrada pela cúpula do PT foi agarrar-se a um chavão cunhado pelo ex-líder deputado José Genoíno: "Desta vez, não há risco de interferência do comando nacional do partido no diretório do Rio. Quem ganhar as prévias locais será o candidato à prefeitura com o nosso apoio total." Parece uma manifestação óbvia. Mas não é bem assim. Os bambambãs do PT concluíram que, com Brizola como candidato a prefeito pelo PDT, a vice-governadora Benedita da Silva tem poucas chances de vencer as prévias no Rio. Ao dizer que darão total apoio a quem melhor se sair na disputa interna, estão jogando Benedita às feras e mandando confetes para Wladimir Palmeira e Chico Alencar. Na verdade, preferem este último como candidato, mas também vêem com bons olhos a hipótese de subir no palanque de Wladimir, para apagar de vez a ferida da intervenção nas últimas eleições.

Culpa do PFL
O presidente da Câmara, Michel Temer, avisa: não é por sua culpa que ainda não foi instalada a comissão especial, encarregada de analisar o projeto que limita a edição de medidas provisórias pelo Executivo. O projeto é defendido pelo presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Está parado, segundo Temer, porque o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira, não indicou os representantes do partido na comissão.

Racha no Ceará
Candidato do PPS a presidente da República, Ciro Gomes está se separando de vez de seu velho companheiro, o governador do Ceará, Tasso Jereissati. Anunciou no Estado que, se Tasso for candidato à Presidência, ele não terá seu apoio. Antes, Ciro jurava que não concorreria contra o amigo.

Chega pra lá
Reunião dos governadores com FHC no Palácio do Planalto. O chefe da Casa Civil, Pedro Parente, resolveu falar grosso. Explicou que a Lei de Responsabilidade Fiscal, proposta pelo governo federal, já havia sido exaustivamente tratada por ele com os secretários estaduais de Fazenda. Covas não se conteve: "Pois é, Vossa Excelência tratou com os secretários. Agora são os governadores que estão tratando com o presidente."

Rápidas

  • O líder do PMDB, Geddel Vieira Lima, não gostou. Mas 20 deputados de sua bancada acertaram, na semana passada, a formalização de um movimento de esquerda no partido.
  • Tudo pronto na Câmara para aprovar, em comissão, o projeto do deputado Severino Cavalcanti aumentando os salários dos parlamentares. Será na segunda quinzena deste mês.
  • Vêm aí cenas de streap-tease contábil. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, quer contratar uma auditoria independente para destrinchar o hermético balanço da instituição.