Confira trechos de um documentário que mostra como esses animais correm o risco de desaparecer:

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Em alguns países asiáticos, especialmente na China e no Vietnã, o pó do chifre de rinocerontes e das presas de elefantes é considerado afrodisíaco. No mercado negro, o quilograma chega a ser comercializado por preços que vão de US$ 60 mil a US$ 100 mil. Uma recompensa dessa magnitude motiva uma caçada desenfreada por esses gigantes africanos. No ano passado inteiro, 668 rinocerontes foram mortos ilegalmente. Até setembro deste ano, já foram 688. Nesse ritmo, o número pode chegar a 900 até o fim de 2013. Pior, em menos de 20 anos, é possível que sejam vistos somente em zoológicos e cativeiros.

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HORROR
Caçador ilegal no Quênia exibe presas de elefante recém-abatido

Em Moçambique, os rinocerontes já são considerados extintos. Segundo autoridades da Reserva de Limpopo, os últimos 15 exemplares do país foram encontrados mortos – e sem os chifres – em abril deste ano. Na vizinha África do Sul, estima-se que restam apenas 249 indivíduos. Várias medidas estão sendo estudadas para evitar o fim que parece inevitável. Alguns ambientalistas defendem a legalização do comércio de marfim. A ideia é estabelecer reservas privadas para extrair o chifre de rinocerontes sem matá-los. “A produção legal seria muito mais barata. Alguns caçadores ilegais podem continuar no mercado negro, mas compradores vão preferir um produto legal, sem riscos e mais barato”, argumenta o professor sul-africano da Universidade de Queensland (Austrália) Duan Biggs.

O governo do Quênia optou pela tecnologia para proteger suas manadas. Anunciou o plano de instalar microchips nos chifres de cada rinoceronte do país. Em tese, isso facilitaria o rastreamento dos animais e a localização dos caçadores, traficantes e receptadores. Mas gente experiente no ramo diz que não é simples assim. “Essa solução pode se transformar em um pesadelo logístico”, avalia Colman O’Criodain, analista do WWF International.

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SOLUÇÕES
No Quênia, policial acompanha queima de presas (acima).
Abaixo, rinoceronte teve chifres cortados para afastar os caçadores na África do Sul

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O futuro dos elefantes africanos também não é animador. Em 2012, 35 mil foram mortos ilegalmente. A World Conservancy Society (WCS) estima que uma média de 96 sejam abatidos diariamente. “Há 30 anos, mais de um milhão de elefantes percorriam as savanas da África. Hoje, calcula-se a existência de menos de 420 mil deles”, lamenta o CEO da WCS, Cristián Samper.

O alerta da WCS sensibilizou a Clinton Global Iniciative, da ex-secretária de estado dos EUA Hillary Clinton e sua filha, Chelsea. A instituição anunciou o investimento de US$ 80 milhões ao longo dos próximos três anos para promover ações a fim de reduzir as mortes e o tráfico e para campanhas de conscientização. Que seja tudo rápido. Esses gigantes não têm muito tempo.

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