Foi um salto triplo. Ao lançar, na quinta-feira 5, a revista IstoÉ Gente, a Editora Três se firma como a líder do segmento de publicações semanais. Não é para menos, já que o novo produto chega às bancas de todo o Brasil com o mesmo padrão de qualidade das revistas ISTOÉ e DINHEIRO. Com um investimento inicial de R$ 5 milhões somente na divulgação, IstoÉ Gente já nasce grande: sua edição inicial de 132 páginas teve tiragem de 300 mil exemplares. Por trás do sucesso de uma empreitada como esta, é necessário um esquema industrial de muita agilidade. Como as revistas semanais começam a envelhecer no exato minuto em que saem da gráfica, a eficiência na distribuição torna-se uma questão fundamental. A vida média de um produto assim é de até três dias. "A logística dessa operação é uma coisa de maluco. A chegada do produto nos pontos-de-venda é de vital importância", explica Gregório França, diretor de circulação da editora.

A impressão de IstoÉ Gente foi concluída à meia-noite da quarta-feira 4. Doze horas depois, já estava nas bancas das principais capitais do País, de Porto Alegre a Fortaleza. O abastecimento de 25 mil pontos-de-venda em todo o País terminou na própria sexta-feira. Embora se encaixe num segmento híbrido, situado entre as semanais centradas no noticiário de interesse geral e as revistas de variedades tradicionais, o dia de chegada da revista às bancas, sempre às quintas-feiras, será diferente das demais do gênero. Com isso, ela se manterá atrativa para o público que procura leitura nos finais de semana. A meta inicial prevê um faturamento anual de R$ 30 milhões e a conquista de 100 mil assinantes já no primeiro ano de existência da revista. A receita é mostrar as pessoas que estão em evidência dentro de um conceito jornalístico, não de mera fofoca. "A importância de um título assim é termos uma revista desse gênero com o espírito de IstoÉ", disse a apresentadora Ana Maria Braga, recém-contratada da Rede Globo.

Editor e diretor responsável do Grupo de Comunicação Três, Domingo Alzugaray considera que uma pesquisa bem-feita para detectar quais os segmentos de maior potencial de leitura é um dos passos fundamentais para o lançamento bem-sucedido de um novo produto. "Este é um item vital, que exige sensibilidade e experiência porque o leitor potencial não tem a menor idéia da revista que ele quer. Você é que tem de saber", diz. Mas vender um novo conceito de revista não é tarefa fácil. "Mostrar que existe uma nova fórmula de fazer revista é uma missão difícil, mas instigante", afirma Carlos Alzugaray, diretor de marketing do grupo. Para emplacar o novo título, a estratégia foi optar por um esquema de mídia ostensivo, que abrange toda a diversidade de veículos de comunicação, aliado à criatividade da campanha publicitária.

Depois de um período de dez semanas para montagem de uma equipe de 43 profissionais em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro e produção de sete edições experimentais, IstoÉ Gente foi lançada em uma festa para dois mil convidados na Estação da Luz, centro de São Paulo. A partir de agora, a disputa pelo leitor será para valer. "O mercado editorial vive hoje seu momento mais competitivo e uma variedade maior de produtos faz você ter mais condições de competir em pé de igualdade com as outras grandes editoras", analisa Carlos Alzugaray. O fato de a editora já ter dois títulos semanais bem-sucedidos – na semana passada ISTOÉ alcançou a marca de 420 mil exemplares vendidos – amplia as possibilidades de êxito. "Sua taxa de risco é baixa, quase zero. Tem tudo para ser um sucesso", finaliza Domingo Alzugaray.