Certa vez, o ex-presidente Fernando Collor desceu a rampa do Palácio do Planalto com Mickey e sua turma. Não faltou gente a associar a Praça dos Três Poderes ao mundo fantasioso da Disney. Hoje, não muito longe dali, um grupo de engenheiros promete investir R$ 180 milhões num parque temático em Brasília. Quer fazer do empreendimento uma Disneylândia própria – sem Mickey nem Pateta. Numa área de 48 hectares ao lado do zoológico, oferecida pelo governo do Distrito Federal, o Zoo Ventura pretende criar um Brasil em miniatura, que reproduza a vegetação típica das diferentes regiões, como a Amazônia e o Cerrado, com vários brinquedos eletrônicos iguaizinhos aos encontrados nos parques de diversões da Flórida. "Queremos marcar o lugar como um pólo de lazer", diz Ronaldo Carvalho, da Encom Engenharia, responsável pelo empreendimento.

Cidade com poucas atrações além daquelas que circulam nos gabinetes do poder, a região metropolitana de Brasília tem hoje os shopping centers como maior fonte de lazer dos seus habitantes. Mas os hábitos não espelham o gosto dos cidadãos. Para reverter essa situação, a construtora tem planos de erguer a maior montanha-russa da América Latina e um anfiteatro para duas mil pessoas. Em fase de negociação com a Funai, eles querem obter uma autorização para montar uma réplica da aldeia indígena ianomâmi com índios de verdade. O que eles não querem é repetir os fracassos de experiências recentes de parques temáticos e apostam na carência de opções de lazer e alta renda per capita da capital brasileira para transformar o empreendimento em sucesso. A meta do parque é receber, quando estiver pronto no final de 2001, cerca de 1,2 milhão de pessoas por ano, alcançando um faturamento de R$ 60 milhões. Um sonho na capital brasileira.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias